A cooperação entre instituições, comunidades e agentes locais é fundamental para enfrentar os desafios ambientais e promover a valorização turística das zonas balneares do interior. A ideia foi sublinhada por José Archer, presidente da Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), durante a sessão de abertura do IV Congresso Ibérico Bandeira Azul em Praias do Interior, que decorre nos dias 10 e 11 de abril, no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz.

«A cooperação entre entidades e pessoas, autarquias, organismos do Estado a nível central e local, agentes económicos, organizações da sociedade civil e as comunidades, com a sua cada vez maior educação e preparação, permite-nos perceber que os desafios estão e vão continuar a ter respostas adequadas a cada situação», afirmou o responsável.

Organizado pela ABAAE, em parceria com o Município de Reguengos de Monsaraz e a Asociación de Educación Ambiental y del Consumidor (ADEAC), o congresso reúne especialistas e representantes institucionais de Portugal e Espanha para debater as oportunidades e os constrangimentos das praias do interior, com destaque para a gestão sustentável, a acessibilidade e a segurança balnear.

«Os territórios do interior com bandeira azul são cada vez mais territórios de esperança», declarou José Archer, acrescentando que se verifica «uma mudança progressiva que lhes confere uma maior resiliência, uma maior coesão, melhor adaptação e maior atractividade».

Entre os temas em discussão estão o restauro da natureza, o impacto das alterações climáticas, a qualidade da água balnear e as relações transfronteiriças em torno do Grande Lago Alqueva. Para o presidente da ABAAE, «o restauro da natureza é essencial na regeneração dos habitats e tem um impacto direto na mudança do território».

A propósito da qualidade da água balnear, José Archer alertou para a importância da vigilância e da responsabilidade coletiva: «Sabemos bem, sobretudo nas regiões do interior, qual é o impacto de alguma má prática que pode pôr em causa o trabalho e esforço de todo um ano. Pode hipotecar uma época balnear».

Outro eixo central do congresso é a inclusão. «Vamos olhar também para a acessibilidade, com a sua inclusão e atractividade, que trazem coesão aos territórios e valorizam as zonas balneares do interior», afirmou.

O responsável destacou ainda a dimensão pedagógica e transformadora do evento: «Este congresso marca também a possibilidade de nos conhecermos melhor, partilhar experiências e ter a capacidade de sair daqui mais bem preparados para realizar os nossos trabalhos». Para José Archer, os participantes são «agentes de mudança para um futuro melhor, agentes de mudança e agentes de esperança».

O programa integra visitas ao Observatório Oficial Dark Sky Alqueva, ao Observatório Astronómico do Lago Alqueva, à Queijaria Sapata, ao Centro Oleiro de São Pedro do Corval, à destilaria e Centro de Interpretação do Gin Sharish e à vila medieval de Monsaraz.