O Papa Leão XIV recebeu este domingo, pela primeira vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, numa audiência privada no Vaticano, visando reforçar o apelo internacional a uma “paz justa e duradoura” para a Ucrânia.

Durante a missa inaugural do seu pontificado, celebrada na Praça de São Pedro perante delegações de todo o mundo, Leão XIV evocou o sofrimento da “Ucrânia martirizada” e manifestou esperança na retoma de negociações que conduzam ao fim da guerra. “A Ucrânia está finalmente à espera de negociações para uma paz justa e duradoura”, afirmou o novo pontífice.

Acompanhado pela primeira-dama Olena Zelenska, o chefe de Estado ucraniano ouviu o Papa agradecer-lhe a “paciência na espera”, justificando o atraso no encontro com a necessidade de saudar as numerosas delegações presentes na cerimónia solene.

A comitiva ucraniana incluía o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sibiga, o chefe de gabinete Andriy Yermak e o embaixador junto da Santa Sé, Andrii Yurash.

Pouco depois da audiência, Zelensky reagiu nas redes sociais: “Apreciámos as palavras especiais proferidas hoje durante a missa sobre a necessidade de uma paz justa e a atenção prestada à Ucrânia e ao nosso povo. Todas as nações merecem viver em paz e segurança”, escreveu no Telegram.

O encontro ocorre numa altura em que a guerra na Ucrânia se intensifica novamente. Na noite de sábado, a Rússia lançou ataques com ‘drones’ contra várias regiões ucranianas, incluindo Kiev, apenas dois dias após novas conversações de paz em Istambul, que terminaram sem avanços.

Antes da missa, Zelensky teve ainda um breve aperto de mão com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, reencontro marcado pelo simbolismo, após o desentendimento entre ambos na Casa Branca em fevereiro.

Durante a homilia, Leão XIV referiu-se também à catástrofe humanitária em Gaza, alertando para a fome e o sofrimento da população civil: “Em Gaza, as crianças, as famílias e os idosos estão a sofrer de fome. Não podemos esquecer os irmãos e irmãs que padecem por causa da guerra”.

Com este gesto, Leão XIV dá continuidade ao esforço diplomático iniciado pelo seu antecessor, o Papa Francisco, que também tentou intermediar a paz na Ucrânia, embora sem resultados concretos.