
A Fundação Franz Weber denunciou e condenou o apoio de diferentes administrações públicas, como a Câmara Municipal da Moita, à organização de uma tourada com ‘alunos’ de escolas de toureio de diferentes partes do mundo, como Espanha e México.
«O encontro inclui a participação de crianças de vários países que poderão maltratar touros jovens perante uma audiência» explica a Fundação que relembra «ter o Comité dos Direitos da Criança alertado já duas vezes para a exposição à violência contra os animais».
Nestas actividades, «os menores podem ser vistos a utilizar instrumentos cortantes contra animais e a praticar violência real e explícita contra eles, com o reforço positivo de adultos, de outros menores e dos supostos professores dessas escolas de toureio.
Para além disso, os naturalistas explicam que a participação é acompanhada de comentários que reforçam positivamente tudo o que se passa na praça e que os menores de idade podem assumir como normal e positivo, contribuindo para a banalização da violência contra os animais.
Os menores estão expostos a lesões, feridas com os próprios instrumentos ou a serem apanhados pelos touros que são utilizados, pelo que os riscos devem ser alertados pelo Governo de Portugal, uma vez que se verificou que este viola até 3 advertências do Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas.»
A ONG internacional recorda que Portugal foi advertido por este organismo em 2014, ao que o executivo respondeu com diferentes regulamentos que vetavam o acesso às touradas, mas não a sua participação.
Em agosto de 2023 e através do Comentário Geral n.º 26, o Comité voltou a apelar ao “distanciamento” dos menores da violência, incluindo a violência contra os animais.
Atualmente, a tauromaquia não constitui uma saída profissional real e digna, constituindo uma formação não regulamentada que carece também do aval das instituições de ensino.
A Fundação Franz Weber apela à suspensão destas actividades e alerta o governo português para o seu papel na proteção das crianças.