
A Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, esteve em Évora para uma entrevista exclusiva em vídeo ao Jornal ODigital.pt, onde falou sobre os desafios da política cultural no Alentejo, a falta de bibliotecas em concelhos como Vila Viçosa, os investimentos em património e o compromisso do Governo com Évora_27, Capital Europeia da Cultura.
A Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, defendeu, numa entrevista exclusiva em vídeo ao Jornal ODigital.pt, a necessidade de uma abordagem cultural mais descentralizada e próxima dos territórios, afirmando que «o país não pode ter uma visão limitada ao eixo Lisboa-Porto». A entrevista foi gravada no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, e já está disponível nas plataformas digitais do jornal.
Ao longo da conversa, Dalila Rodrigues salientou que a descentralização cultural não se pode limitar ao discurso e revelou que já visitou os cinco municípios portugueses que ainda não têm biblioteca pública, incluindo Vila Viçosa, terra natal de Florbela Espanca. «É prioridade dotar todos os municípios deste equipamento cultural de base», garantiu.
Questionada sobre o financiamento da Cultura no Alentejo, a ministra reconheceu que herdou «um legado pesado», sobretudo após a extinção das Direções Regionais de Cultura e a transferência das competências para outros ministérios. «O Ministério da Cultura ficou sem representação e sem grande parte do financiamento», disse, sublinhando que tem procurado ultrapassar essas limitações através de contratos-programa com os municípios e de um trabalho de proximidade com as comunidades intermunicipais.
Em relação ao património edificado, Dalila Rodrigues foi clara: «o país está em estado de emergência». A ministra apontou vários exemplos de monumentos em risco no distrito de Évora, como o Castelo de Veiros ou o Castelo de Estremoz, e confirmou que o financiamento para a requalificação do Convento da Saudação, em Montemor-o-Novo, foi reforçado no âmbito do PRR.
Sobre a Capital Europeia da Cultura, a ministra reiterou o compromisso do Governo com Évora_27. «O Ministério da Cultura assegura um investimento de 15 milhões de euros até 2027», referiu, rejeitando qualquer tentativa de ingerência na associação responsável pelo projeto. «Insisti no imperativo de abrir concursos internacionais para os cargos de direção, e hoje temos dois excelentes profissionais à frente do projeto», afirmou.
O conceito de “VAGAR”, que serve de base à candidatura, foi também abordado. Dalila Rodrigues destacou o seu potencial para promover uma «valorização do pensamento, da contemplação e da fruição cultural».