Um dos eventos mais marcantes do motociclismo nacional em 2023 está prestes a acontecer. O aumento anunciado do Imposto Único de Circulação (IUC) para motos a partir de janeiro de 2024, inscrito no Orçamento do Estado para o próximo ano, tem desencadeado ondas de contestação em diversos setores da sociedade portuguesa. No entanto, os motociclistas estão prontos para mostrar a sua determinação na luta contra esse aumento.

O Grupo de Ação Motociclista (GAM) é a força motriz por trás desse protesto e lidera uma mega-manifestação nacional que ocorrerá no próximo domingo, 5 de novembro, em Lisboa. O evento promete ser um dos momentos mais impactantes do ano no mundo do motociclismo em Portugal e conta com a participação de milhares de motociclistas que farão ouvir a sua voz pelas principais vias da capital.

Os motociclistas de todo o país estão a unir-se na sua luta contra o aumento do IUC nas motos, uma medida que consideram altamente discriminatória. No domingo, às 12 horas, milhares de motociclistas irão reunir-se na 2ª Circular, originários do Norte via A1, do Algarve através da A2 e das Beiras/Alentejo via A6, com destino ao Palácio de Belém. Lá, entregarão uma carta aberta ao Presidente da República, Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, expressando as suas preocupações em relação a essa medida fiscal.

A manifestação organizada pelo GAM, uma entidade que luta pelos direitos e interesses dos cidadãos motociclistas, cruzará Lisboa desde a 2ª Circular, passando pelo Campo Grande, Avenida da República, Avenida Fontes Pereira de Melo, Marquês de Pombal, Rua Braamcamp, Largo do Rato, Rua de São Bento, Calçada da Estrela, Avenida Infante de Santo, Avenida da Índia, Praça Afonso de Albuquerque e Rua de Belém, até à Praça do Império, onde a manifestação terá o seu desfecho.

É importante salientar que a caravana de motociclistas não fará paragens durante a sua jornada em direção a Lisboa, e as autoridades policiais foram devidamente informadas sobre o evento, que terá início às 11 horas com a concentração dos motociclistas nas áreas de serviço de Aveiras de Cima (A1), Alcácer do Sal (A2) e Vendas Novas (A6).

A entrada dos motociclistas em Lisboa ocorrerá pela Ponte Vasco da Gama e 2ª Circular. Para aqueles que residem na região de Lisboa e não podem juntar-se à manifestação nos locais mencionados, há a oportunidade de testemunhar a passagem da manifestação em áreas de serviço ao longo do trajeto até Lisboa, como a Área de Serviço da Ponte Vasco da Gama ou a Área de Serviço da 2ª Circular/Encarnação.

Esta manifestação tem como objetivo entregar ao Presidente da República um manifesto que destaca as preocupações dos motociclistas em relação ao aumento do IUC. O GAM alega que o motociclo é um meio de transporte particular extremamente económico e com baixas emissões de CO2, e que as vantagens dos motociclos em termos de mobilidade são inegáveis. Eles enfatizam que o aumento do IUC afetaria especialmente os motociclistas de menor rendimento, tornando o uso de motociclos menos acessível para muitos portugueses.

O aumento do IUC, aliado a uma nova “taxa ambiental”, fará com que muitos motociclistas percam a isenção de pagamento do IUC, tornando o custo do imposto proibitivo para alguns modelos. O aumento é particularmente severo para motociclos de maior cilindrada, que já pagam mais de IUC do que de seguro obrigatório. O valor do IUC para alguns desses modelos pode aumentar em mais de 22%, atingindo um valor de 168,15 euros.

O GAM apela ao Presidente da República para submeter ao Tribunal Constitucional a apreciação do previsto aumento do IUC sobre veículos previsto no OE2024. A manifestação é uma demonstração da determinação dos motociclistas em lutar pelos seus direitos e interesses, bem como uma oportunidade de chamar a atenção para a importância dos motociclos como uma opção de mobilidade eficiente e acessível em Portugal.