A Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) poderá perder mais de 12 mil árvores devido à instalação de grandes projetos industriais, segundo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) atualmente em consulta pública até 30 de junho de 2025.

O caso mais imediato diz respeito à Área 1A3.4, com 30,7 hectares, onde será implantado um parque fotovoltaico da Repsol Polímeros, bem como acessos às instalações da CALB, dedicada à produção de baterias de lítio, e da Madoqua, com projetos ligados ao hidrogénio e amónia verdes.

Conforme o EIA, esta intervenção resultará no abate de 12.415 árvores, entre as quais se destacam 2.475 sobreiros254 adultos e 2.221 jovens —, além de mais de nove mil pinheiros-bravos, mil pinheiros-mansos e cerca de dois mil eucaliptos.

Os projetos fazem parte de um conjunto de quatro iniciativas classificadas como PIN — Projetos de Potencial Interesse Nacional, cuja área total de intervenção ultrapassa os 74,8 hectares, com investimentos superiores a quatro mil milhões de euros. A promotora das iniciativas é a AICEP Global Parques, entidade responsável pela gestão da ZILS, que já disponibilizou os documentos técnicos e os mapas de intervenção para análise por parte da população e das entidades competentes.

Como medida compensatória, está prevista a reflorestação de cerca de 11 hectares com novos sobreiros, uma vez que esta é uma espécie protegida por lei e só pode ser removida mediante autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com garantias de compensação ambiental.

O resultado da consulta pública poderá influenciar a decisão final das autoridades, tanto na aprovação dos projetos como na implementação das medidas mitigadoras propostas no EIA. O processo suscita preocupações ambientais, numa altura em que Sines se posiciona como hub energético e tecnológico estratégico para o país e para a Europa.