Desde as primeiras eleições para a Assembleia da República, em 1976, o distrito de Santarém tem sido nas legislativas nacionais um bastião do PS, que venceu 13 dos 17 sufrágios, enquanto o PSD conquistou o círculo em quatro ocasiões.

O domínio socialista foi particularmente evidente entre 1983 e 2009, período em que o partido venceu de forma consecutiva todas as legislativas no distrito.

Das 17 eleições realizadas, o PSD conquistou o círculo quatro vezes (1979, 1980, 2011 e 2015), três delas em coligação com o CDS e o PPM.

O número de deputados eleitos por Santarém tem diminuído ao longo das décadas: eram 13 em 1976, passaram a 12 em 1979, ficaram reduzidos a 10 em 1991 e fixaram-se nos atuais nove mandatos em 2015.

Em 2024 as eleições resultaram num equilíbrio entre as três primeiras forças, com os nove deputados a serem distribuídos em partes iguais entre o PS, o PSD e o Chega.

Para as legislativas antecipadas deste ano, no próximo dia 18, as três forças (no caso dos sociais-democratas, na AD – Coligação PSD/CDS) apresentam novos cabeças de lista.

O atual vice-presidente da Assembleia da República Marcos Perestrello lidera a lista do PS, a AD apresenta como número um o atual ministro da Educação, Fernando Alexandre, e a lista do Chega é liderada pelo deputado Pedro Correia.

A operária industrial Inês Santos é a cabeça de lista da CDU (PCP/PEV), ao passo que o BE tem como primeiro candidato Bruno Góis, assessor do grupo parlamentar do BE na área da Educação e da Ciência.

A lista da IL é encabeçada pelo advogado Rodrigue Devillet Lima, enquanto a do Livre é liderada pela investigadora Natércia Lopes e a do PAN pela técnica administrativa Vera Matos.

O partido Volt apresenta como cabeça de lista o engenheiro eletrotécnico Jorge Silva, a candidatura do Partido Republicano Monárquico é liderada por Américo de Freitas, medidor orçamentista, o ADN escolhe a médica dentária Marta Gameiro, o RIR indica o contabilista André Antunes e o Ergue-te avança com Filipa Esteves, também contabilista.

O círculo de Santarém, com cerca de 377 mil eleitores, apresenta assim 13 opções no boletim de voto.

Composto por 21 municípios, o distrito registou entre 2011 e 2021 uma perda de mais de 28 mil habitantes, segundo os Censos — passou de 453.646 para 425.431 residentes, uma redução de 6,2%.

A quebra populacional atingiu quase todos os concelhos, exceto Benavente, que conseguiu crescer. O envelhecimento e a desertificação continuam a ser alguns dos principais desafios estruturais da região.