O círculo eleitoral de Évora, onde o PS foi o partido mais votado e o PSD reconquistou um mandato de deputado, ficou hoje sem qualquer parlamentar comunista, pela primeira vez desde as primeiras eleições democráticas.

Segundo os resultados das eleições legislativas de hoje, João Oliveira, que era deputado à Assembleia da República desde 2005, eleito por Évora, e líder da bancada parlamentar comunista desde 2013, não conseguiu, assim, ser eleito para o parlamento.

Esta é a primeira vez, desde as primeiras eleições democráticas em Portugal, em 1976, que o PCP ou coligações por si lideradas não conseguem ‘segurar’ pelo menos um mandato de deputado por este círculo eleitoral alentejano.

Nas eleições de hoje, com o total das 69 freguesias dos 14 concelhos apuradas, o PS foi o partido mais votado (venceu em todos os concelhos) e obteve 43,95% dos votos (34.693), voltando a eleger dois deputados.

Tal como na legislatura que agora termina, Évora vai ser representada no parlamento pelos socialistas Luís Capoulas Santos, antigo ministro da Agricultura, e Norberto Patinho, antigo autarca de Portel.

O PSD, encabeçado por Sónia Ramos, presidente da distrital de Évora do partido, foi a segunda força política mais votada, com 21,41% dos votos (16.902), e, mais importante, reconquistou o mandato de deputado perdido nas legislativas de 2019.

A CDU recolheu 14,56% dos votos (11.494), ficando como terceira força política e falhando a eleição de um deputado, e o Chega angariou 9,15% (7.222).

Em comparação com as legislativas de 2019, os comunistas conseguiram hoje menos 2.486 votos.

A CDU nem conseguiu ganhar no concelho de Mora, que era o último ‘bastião’ comunista do distrito no que toca a legislativas, depois de já ter ‘virado’ para o PS nas autárquicas de setembro, tendo os socialistas voltado hoje a ser os mais votados.

Já o Chega, também face às legislativas de 2019, quando obteve 1.645 votos (2,22%) e foi a sexta força política mais votada, melhorou agora o seu resultado eleitoral e obteve mais 5.577 votos.

O partido de André Ventura passou, pois, para quarta força política no distrito, ficando mesmo em terceiro lugar, à frente da CDU, em cinco concelhos (Mourão, Reguengos de Monsaraz, Vila Viçosa, Borba e Estremoz).

De acordo com os resultados de hoje, o Bloco de Esquerda angariou 3,33% e a Iniciativa Liberal 1,14%, enquanto as outras candidaturas partidárias neste distrito ficaram abaixo de 1% (PAN, Livre, RIR, Volt Portugal, MAS – Movimento Alternativa Socialista, MPT – Movimento Partido da Terra, Ergue-te e PTP – Partido Trabalhista Português).

Dos 134.828 eleitores do distrito – menos 1.835 do que nas anteriores legislativas -, um total de 78.940 foi às urnas, pelo que a abstenção foi de 41,45%, mais baixa do que em 2019 (45,85%).

Évora é o segundo distrito mais extenso do país (atrás do de Beja) e não foge à tendência de despovoamento do Alentejo.

Segundo os resultados provisórios dos Censos 2021, o conjunto dos 14 concelhos tem 152.511 residentes, ou seja, há menos 14.215 pessoas a viver nesta zona alentejana em comparação com os Censos 2011 (166.726).

Veja aqui os resultados totais por concelho