O fenómeno, apesar de impactante, não resulta de uma explosão da espécie, mas sim do comportamento natural destes animais, segundo o ICNF.

Nos últimos dias, várias imagens e vídeos de javalis a circularem livremente pelo espaço urbano de Setúbal e pelas praias da Arrábida inundaram as redes sociais. Os animais, que procuram alimentos em contentores e escavam à procura de tubérculos, surgem cada vez mais próximos das zonas habitadas, provocando receio e desconforto.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) esclarece que esta presença resulta do comportamento de exploração do território, sobretudo por javalis mais jovens, rejeitando a ideia de uma sobrepopulação descontrolada no Parque Natural da Arrábida. A autarquia de Setúbal contactou o ICNF e a GNR no sentido de capturar os animais, mas ambas as entidades frisaram não ter competências para atuar em zonas urbanas.

O ICNF alerta para o carácter selvagem dos javalis, recomendando que a população evite qualquer contacto e não os alimente. O risco de comportamentos agressivos aumenta se estes animais se sentirem ameaçados. A entidade sublinha ainda que, todos os anos, são abatidos entre 400 e 600 javalis no Parque Natural da Arrábida e áreas limítrofes, garantindo o controlo da espécie naquela região.

A nível nacional, está em curso o ‘Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal’, que aponta para a necessidade de abater cerca de 20% da população de javalis em 10 anos, procurando equilibrar a presença destes animais nos ecossistemas e minimizar situações de risco para as populações.