
Cerca de 40% dos portugueses vivem com hipertensão arterial, mas grande parte destes casos permanece sem diagnóstico e, por isso, sem tratamento eficaz. O alerta é do neurologista Denis Daniel, da Sociedade Portuguesa do AVC, que considera urgente intensificar a sensibilização da população para esta doença silenciosa.
“Muitas vezes a hipertensão não está identificada, e por isso não é tratada devidamente”, advertiu o especialista este sábado, em declarações à Renascença, por ocasião do Dia Mundial da Hipertensão. Esta é uma condição silenciosa, que raramente apresenta sintomas evidentes, mas que pode provocar danos crónicos nos vasos sanguíneos do cérebro, rins e coração, conduzindo a Acidentes Vasculares Cerebrais, enfartes, insuficiência renal e outros problemas graves.
Segundo Denis Daniel, apenas metade dos hipertensos têm diagnóstico, e mesmo entre os que recebem tratamento, “só metade tem a doença verdadeiramente controlada”. A ineficiência no controlo da tensão arterial é, assim, um dos grandes desafios de saúde pública em Portugal.
O neurologista destaca ainda que a redução do consumo de sal é a forma “mais eficaz” de prevenir a hipertensão. “Devemos ter o bom hábito de ver os rótulos dos alimentos e reduzir o sal durante a confeção”, aconselha.
A prática regular de exercício físico, pelo menos meia hora em três dias da semana, é outra das estratégias essenciais para combater esta condição.
O alerta é claro: sem medidas de prevenção e diagnóstico precoce, a hipertensão continuará a ser um inimigo invisível que rouba qualidade e esperança de vida a milhares de portugueses.