
A Fundação Eugénio de Almeida promoveu uma visita ao Centro de Acolhimento de Vendas Novas, do Serviço Jesuíta dos Refugiados, com um grupo de 15 refugiados.
Contanto com um momento de partilha, a iniciativa teve a presença de cinco voluntários da fundação e de emigrantes de várias nacionalidades, como Eritreia, Somália, Etiópia, Afeganistão, Camarões, Nigéria e Líbia.
De acordo com Henrique Sim-Sim, coordenador da área social da fundação, em declarações a’ODigital.pt, estes momentos pretendem «promover o acolhimento, a integração de migrantes».
Iniciativa esta que começou em 2022, mas com uma comunidade ucraniana refugiada devido à guerra, e que agora «estamos a tentar estender este trabalho a outras nacionalidades».
«A ideia é criar vínculos, criar confiança, promover o conhecimento de diferentes culturas e para que estas pessoas possam ser melhor acolhidas, possam integrar-se melhor e possam contribuir para aquilo que é o desenvolvimento do nosso território», acrescentou.
Desta forma, a fundação quer «criar condições para que não haja situações de exclusão, que possam resultar depois noutras situações mais gravosas».
Henrique Sim-Sim destacou que, com a chegada de outras nacionalidades ao território, surgiu a necessidade de «alargar este trabalho» a outras “línguas”, em parceria «com outras instituições da cidade e da região».
Sublinhou que o trabalho já realizado no passado «tem sido muito gratificante», uma vez que «são pessoas que têm as suas dificuldades», mas que os voluntários «criam, de facto, um ambiente muito acolhedor».
«É preciso conhecermo-nos, criar condições para que compreendamos a cultura de cada um e, pouco a pouco, vamos caminhando lado a lado numa comunidade um bocadinho mais coesa», adicionou o coordenador.
Sendo esta uma «aprendizagem mútua» e um «ato contínuo», destacou que ainda há um «trabalho a fazer de promoção da interculturalidade e de compreender a cultura de cada um e aproximar povos» e que o objetivo “final” é o de que «as pessoas se integrem e conheçam outras instituições».
Neste sentido, para além desta visita, a Fundação Eugénio de Almeida promove também «mostras gastronómicas e algumas exposições, por exemplo», mas o coordenador vincou que há uma barreira: «A língua».
«Com este novo grupo, estamos a aprender e vamos ver com o que conseguimos trabalhar», referiu, dizendo ainda que «permite desconstruir alguns preconceitos que existem».
Em relação ao trabalho realizado com a comunidade ucraniana, Henrique Sim-Sim realçou que estão «perfeitamente integrados» e que «os mais pequenos estão nas escolas e os mais velhos estão a trabalhar em diferentes áreas».