
No passado sábado à noite, 28 de outubro, a igreja paroquial de Santa Catarina, em Selmes, teve a honra de receber o ensemble austríaco Trio Amatis como parte do Festival Terras Sem Sombra, com o concerto intitulado “Porventura a Eterna Juventude: Haydn, Tarrodi, Mendelssohn.”
O evento, realizado com o apoio da Câmara Municipal de Vidigueira, ofereceu um repertório musical que abrangeu três séculos da rica herança musical europeia, apresentando obras icônicas de Haydn e Mendelssohn, bem como uma brilhante incursão na contemporaneidade, com uma composição da sueca Andrea Tarrodi.
Além das performances musicais, o Festival Terras Sem Sombra proporcionou um fim de semana repleto de exploração cultural e apreciação da biodiversidade local.
No sábado, 28 de outubro, sob a orientação do historiador de arte José António Falcão e da historiadora Rosa Trole, os participantes tiveram a oportunidade de participar na atividade dedicada ao Património, intitulada “Tornar Visível o Invisível: Os Passos da Semana Santa de Selmes.” Durante esta atividade, os participantes exploraram uma série de nichos que recriam a sequência de Passos usados nas Procissões da Semana Santa, uma tradição de grande significado religioso.
Além disso, tiveram a oportunidade de ouvir, na voz das mulheres de Selmes, uma vertente do património imaterial local, os Martírios do Senhor, peças do cancioneiro popular religioso que estão atualmente a ser alvo de um intenso esforço de recuperação.
Na manhã de domingo, 29 de outubro, a Quinta de Nossa Senhora das Neves recebeu a ação “Tudo à mão, como manda a tradição: a colheita artesanal da azeitona.” Esta atividade, destinada a preservar os ambientes naturais, permitiu aos participantes conhecer de perto um olival tradicional e participar ativamente na vareja, apanha e seleção de azeitona seguindo métodos ancestrais. A atividade foi orientada por José Fernando Palhete, Cláudia Raminhos (engenheiros agrónomos) e Joaquim José Galante de Carvalho (agricultor).
O Festival Terras Sem Sombra, organizado pela associação Pedra Angular, continua a unir a música ao património e à biodiversidade, demonstrando o compromisso em partilhar e preservar o legado cultural e natural do Alentejo. Este evento representa uma celebração da riqueza da região e um convite para descobrir as suas tradições e beleza única.