Foi revelada, esta manhã, na reunião de Câmara Pública, em Fajões, a causa da espuma de cor branca que tem sido denunciada pela população no Rio Ul. Um novo agente no tratamento de lamas retirou o efeito anti-espuma na ETAR do Salgueiro.

O tema da poluição no Rio Ul, trazido a público pelo Correio de Azeméis, foi o tema principal de discussão na Reunião de Câmara descentralizada que se realizou esta manhã, 18 de junho, na Junta de Freguesia de Fajões.

O vereador do PSD, José Campos, responsável pela introdução do assunto, aquando o período que antecede a ordem de trabalhos da reunião, começou por falar da atenção mediática que a poluição no Rio Ul e Caima tem criado e solidarizou-se com a população que, segundo o próprio, está “cansada de ver e sentir na pele a situação”. O vereador da oposição questionou ainda o executivo sobre o tipo de ações que a autarquia está a realizar para minorar a questão ambiental nos rios mencionados, mas também na ETAR do Salgueiro.

Na resposta, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, trouxe a novidade de que a espuma branca que se encontra visível no rio Ul, conforme noticiou o Correio de Azeméis na última edição, é culpa da ETAR. “Esta espuma que se tem visto no Rio Ul não é responsabilidade de nenhuma empresa a jusante da ETAR, conforme se vê muitas vezes referido. É a própria ETAR que está a induzir esta espuma no rio”, adiantou o edil oliveirense antes de passar a palavra ao vereador do Ambiente, Rogério Ribeiro, que aprofundou a explicação técnica.

“A Associação de Municípios de Terras de Santa Maria [responsável pelas ETAR] concluiu que o que está a criar a espuma está relacionado com o processo do tratamento de lamas, que obriga o uso de um novo coagulante, mais eficaz, mas que, como contrapartida, inibiu o efeito do anti-espuma sobre o efluente”, indicou o vereador. Rogério Ribeiro garantiu estar a acompanhar a situação, mas deu nota de ainda não ter sido tomado o próximo passo relacionado com os químicos.

Apesar de, de acordo com a informação avançada pelo presidente da câmara, a espuma ser apenas uma questão visual, Joaquim Jorge revelou maior preocupação com o odor e teor químico da água. “O maior problema não é a espuma, é a carga orgânica que vai na massa de água e que torna as águas inutilizáveis”, alertou o autarca, que reforçou: “As águas não são banháveis, não têm qualidade, não são cristalinas como todos desejamos. O problema dos odores é particularmente complexo”.

O líder do executivo garantiu que está atento e que a requalificação da ETAR de Ossela, cujo concurso será lançado em breve, e do Salgueiro são uma prioridade, com investimentos previstos de 12 e 28 milhões, respetivamente.

A terminar o assunto, Joaquim Jorge revelou estar agendada, para 25 de junho, uma reunião com as entidades responsáveis das ETAR para encontrar solução para os problemas revelados pela população.