
O candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Tarouca nas Eleições Autárquicas de 2025 apresenta-se como um “humanista” que encara a política como um serviço à comunidade e promete uma mudança profunda na forma de governar o concelho. Defensor de uma gestão baseada na escuta ativa, na valorização do património e no bem-estar dos cidadãos, o candidato critica os últimos anos de governação municipal por falta de visão estratégica e aposta em pilares como a inovação, a transparência e o desenvolvimento sustentável para inverter a tendência de estagnação e despovoamento.
1. Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?
O principal motivo da minha candidatura é consequência da atenção que dedico à comunidade, à natureza, à sociedade. Sou, por natureza, um humanista e, por isso, quando me foi solicitado o meu contributo para se efetivar uma mudança no concelho, consciente dessa necessidade, e após reflexão aturada, com a convicção clara de que é urgente uma mudança na gestão autárquica, aceitei o desafio. É, pois, objetivo primordial desta candidatura servir e trabalhar para o progresso da terra e da população, de todos e de cada pessoa, com honestidade, clareza, verdade, boas contas e inovação.
A mudança que se pretende não pode incidir apenas na gestão, propriamente dita, mas também nas prioridades e na atitude: Tarouca precisa de um Executivo que ouça, que analise, que dialogue, que execute; que se preocupe com as reais necessidades das pessoas e com o bem-estar de todos; que valorize a grande potencialidade da nossa terra: o Património! O património humano, ambiental, construído, imaterial.
Uma mudança que, enfim, valorize as Pessoas, que aposte na Inovação, que promova a Transparência, a Eficiência e o Respeito. Sempre com a comunidade e a qualidade de vida de cada cidadão no centro de todas as decisões. É este o eixo fundamental e primeiro para esta Mudança.
2. O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
Sou visto pelos cidadãos como um político que não é um verdadeiro político. Efetivamente, eu também partilho desse sentir. Nunca fiz da política a minha vida, nunca vivi da e para a política. Diferencio-me na forma e no conteúdo da visão de política dos políticos. Não comungo de grande parte das estratégias e dos modos de atuação desses políticos. Vejo a política como um serviço. Tenho uma visão verdadeiramente humanista da política. Entendo-a como um serviço à comunidade e aos outros, valorizando, em primeiro lugar, o bem-estar e a individualidade de cada cidadão, entendida em todas as suas dimensões: as opiniões, as sugestões, as críticas, as discordâncias, as necessidades e anseios; enfim, a liberdade de cada pessoa.
Vejo esta candidatura como uma missão de serviço público, sem pretensões a quaisquer benefícios próprios. Assim o fiz em toda a minha vida, sempre estive atento e procurei dar contributos positivos em favor da comunidade, nas mais diversas vertentes.
3. Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar no município?
Definimos a nossa matriz programática a partir de onze eixos fundamentais, sistematizados da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, aplicados aos concelhos modernos e sustentáveis, como Tarouca carece e pretende ser.
O turismo e a agricultura (num território como o nosso, pleno de potencialidades, é imperioso investir na agricultura e ajudar os agricultores, potenciando a produção pecuária), os cuidados aos mais frágeis, aos idosos, aos jovens, e melhorar a prestação de serviços de saúde, oportunidades de emprego e de aspirar ao desenvolvimento de carreiras profissionais.
Queremos ser o exemplo de um Concelho solidário que respeita e cuida das pessoas, que não deixa ninguém para trás, que assume as suas responsabilidades no desenvolvimento local e na criação de riqueza.
Passar por Tarouca ou viver no nosso Concelho é sentir o pulsar das gentes, conhecer as tradições, descobrir as belezas naturais, desfrutar da hospitalidade das pessoas e da qualidade dos espaços, degustar o melhor da gastronomia, ouvir as raízes das gentes através do folclore e das bandas de música ou descobrir a beleza do património histórico.
4. Qual a análise que faz aos últimos quatro anos do município?
Foi uma gestão focada em iniciativas esporádicas, na resolução de problemas pontuais, sem um planeamento estruturado, sem uma visão global, sem a definição de um rumo para o desenvolvimento integrado do concelho, sem uma manutenção capaz das infraestruturas e dos equipamentos construídos, como é o caso das estradas, das ETAR, das aldeias.
Foi um tempo que prolongou a inércia dos mandatos anteriores de alguma inoperância, de estagnação e até retrocesso em algumas áreas, como por exemplo da agricultura, com a perda de algumas estruturas, do ambiente, concretamente no que se refere à falta de atenção pela despoluição dos rios, pela manutenção das margens e dos leitos e pelos regadios, do turismo, com um total afastamento aos polos de atração turística e com grande potencial de desenvolvimento económico.
Foi um tempo de desaproveitamento de oportunidades, concretamente académicas e de investimento científico e de empreendedorismo, para os jovens, de desaproveitamento das fontes de financiamento, com exercícios caracterizados por programas muito pouco ambiciosos, com orçamentos constantemente empolados e execuções financeiras fracas.
5. Falando de um município localizado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região? O que pode inverter este rumo ou onde estão as potencialidades de crescimento?
Foco no melhor do nosso território, na valorização da grande potencialidade da nossa terra: o Património!
Definição de um rumo claro que deverá centrar-se no turismo. E, a partir do turismo, da construção de roteiros, da valorização das aldeias e das paisagens (tradições, gastronomia), incidir em três vetores: o ambiente (a serra, o rio, a floresta), a agricultura (certificação e comercialização de produtos autóctones), o empreendedorismo jovem e a criação de emprego.
Para a prossecução deste ideário, há que direcionar o foco para os programas e candidaturas comunitárias e para a procura e para o aproveitamento de fontes de financiamento, mas, essencialmente, há que sair dos gabinetes e cumprir fielmente o que se apregoa nas campanhas eleitorais: respeitar verdadeiramente as pessoas, falar e ouvir os cidadãos e abraçar, com entusiasmo e verdadeiro espírito de missão, a promoção do bem-estar de todos.