É possível reduzir custos energéticos na produção de queijo. O projeto CASEUS prova isso mesmo, tal como ficou evidente no workshop realizado em Oliveira do Hospital. A iniciativa, organizada pelo Instituto Politécnico de Beja, com o apoio do Município de Oliveira do Hospital, pretendeu abordar a “Inovação Tecnológica na Produção de Queijos Tradicionais”.

Na Casa da Cultura César Oliveira, o workshop contou com convidados da academia, de empresas tecnológicas ligadas ao setor e de produtores de queijo da região de Serpa e de Oliveira do Hospital.

Apresentado pela oliveirense Rita Inácio, que é também professora no Politécnico de Beja, o CASEUS prova que é exequível aumentar a eficiência energética em queijarias, na produção de queijos de ovelha e cabra. Segundo a docente, o objetivo do projeto foi “encontrar fontes de energia renovável” e consequentemente reduzir custos. Segundo adiantou, no teste piloto, inicialmente foram “instalados sensores no interior de câmaras de cura para perceber o gasto energético”. Depois, através de uma “caldeira com pellets ou caroços de azeitona”, de “painéis solares para se conseguir água quente” e da “utilização de PCM para controlo da temperatura da câmara de cura” foi possível “receber 94,2% de energia renovável” e apenas foi necessário “buscar energia à rede em 6%”, como explicou Rita Inácio.

Na sessão de abertura, o anfitrião José Francisco Rolo mostrou-se satisfeito pelo facto deste workshop ajudar a entender e a “melhorar os métodos de produção e reduzir os custos associados”. “É importante trazer saber científico para esta atividade ancestral”, disse, defendendo que “o setor dos queijos e dos produtos locais é onde o Município dedica atenção e tem investido”. O presidente da autarquia referia-se, por exemplo, à realização da Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital, “um palco para a promoção dos produtores” e o protocolo estabelecido com a ANCOSE para “apoio sanitário nas produções”.

Além das intervenções de representantes do sector académico e tecnológico, houve também um momento de intervenção dedicado ao Provere Queijos Centro de Portugal, consórcio que a autarquia oliveirense integra.

O fórum debateu ainda temas como a “inteligência artificial na produção artesanal”, “o uso de imagem digital na avaliação da coagulação” e a “aplicação da mecânica dos fluidos computacional em queijarias”.

O encontro culminou com uma mesa redonda sobre os problemas do setor dos queijos e a aplicabilidade dos avanços científico-tecnológicos.