A Polícia Judiciária, através da Unidade de Informação Criminal, localizou e deteve, na zona do Seixal, um cidadão estrangeiro, de 51 anos, procurado há oito anos pelas autoridades judiciárias do Reino de Espanha, pela prática do crime de homicídio qualificado.

Os factos ocorreram em maio de 2017, na cidade de Madrid, em Espanha, na residência da família, e o crime, de acordo com a matéria provada em julgamento, revestiu-se de particular violência.

O homicida, com a intenção de acabar com a vida da sua esposa, bateu-lhe na cabeça pelo menos três vezes, causando-lhe um traumatismo crânio encefálico, e ainda lhe tapou as vias respiratórios (narinas e boca), colocou um saco de plástico na cabeça e amarrou-lhe as mãos e os pés com fita adesiva, causando-lhe a morte por sufocação.

Após o crime, fugiu para parte incerta e foi condenado, à revelia, a uma pena de 22 anos de prisão.

Entretanto, veio para Portugal há cerca de dois anos, onde desenvolvia a mesma atividade profissional que já exercia em Espanha: perito em recuperação de turbos, utilizados em veículos automóveis, sendo que os pagamentos pelos serviços prestado, eram sempre efetuados em dinheiro, como forma de dissimular a sua presença.

Paralelamente, uma filha sua de um relacionamento anterior, enviava o dinheiro para pessoas conhecidas do pai e estes, por sua vez, transferiam-no para uma conta do agora detido.

A detenção do homicida, segundo a PJ, «foi o corolário de uma intensa troca de informação e de um aturado processo de investigação de paradeiro, com cruzamento de dados, partilha de referências e circunstâncias relevantes, entre a Unidade de Informação da Polícia Judiciária e a congénere do Corpo Nacional de Polícia de Espanha».

O caso, em Espanha, teve enorme repercussão na opinião pública, face à violência usada, no interior da habitação do casal, onde também estava uma criança menor, desconhecendo-se se presenciou os factos.

O detido vai ser presente ao Tribunal da Relação de Lisboa.