
Será Oliveira de Azeméis aquilo que queremos? Será Fajões aquilo que merecemos, aquilo de que precisamos?
Comecemos pelos transportes públicos: A população de Fajões é servida por um autocarro de manhã (bem cedo) e devolvida às origens (lá pela tardinha). Isto é um facto. Entretanto, todos os Fajoenses (como todos os Cesarenses) contribuem para o Orçamento Municipal, que fornece um serviço urbano de transportes a toda a hora no perímetro de Oliveira de Azeméis (onde não se inclui Fajões, Cesar, Carregosa, etc.). E todos nós pagamos, e só poucos são servidos! Quem sofre? Todas as pessoas que precisam de trabalhar e outras que têm outros destinos.
Ora bem, se nos querem devolver a dinâmica, o entusiasmo, o progresso, também têm de permitir que essa solidariedade do Orçamento Municipal seja autêntica, lúcida, participativa.
Somos incondicionalmente Oliveirenses, claro, desde que ser Oliveirense não seja menos que ser Fajoense. A única condição que pomos é a nossa própria condição. A condição da nossa maneira de ver – e de querer – o nosso Concelho.
Quem poderá subtrair Fajões ao concelho a que também pertence? Quem poderá escusar-se à comunidade de que faz parte? Quem poderá assumir unilateralmente a comunidade?
Fazer Fajões, mas não só, nem sobretudo. Restabelecer a nossa confiança. Reconhecer e respeitar o que há de natural, de positivo, de fecundo, na diversidade. Suscitar a nossa solidariedade, para os fins maiores que são a justiça social, a liberdade, a paz.
Eis aí a Fajões maior.
Eis aí Oliveira de Azeméis em grande!
Nem coração novo em corpo velho, nem coração velho em corpo novo.
Álvaro Couto, CDU
