
A “Praça Maior” foi uma promessa do Partido Socialista nas eleições autárquicas de 2017 e que, pela falta de capacidade de a cumprir, voltou a estar na agenda da campanha eleitoral do PS nas eleições autárquicas de 2021. Neste momento, o processo ainda se encontrar numa fase muito inicial, e só avançará dependo da resposta ao pedido de expropriação, por parte da autarquia, da casa Bento Carqueja por 1,2 milhões de euros, tal como noticiamos aqui. Em entrevista ao Azeméis.Net, durante a última campanha autárquica, Joaquim Jorge garantiu que esta seria uma obra a ficar completa durante este mandato. Mas de que é que se trata este projeto da “Praça Maior” que promete uma nova centralidade a Oliveira de Azeméis? Fomos à procura de respostas, e tivemos acesso ao Programa Base de Intervenção desta obra-bandeira do executivo camarário socialista.
Neste projeto está previsto a construção de um “parque de estacionamento subterrâneo para 200 a 300 viaturas e com espaço para aparcamento de bicicletas”, a “existência de mobiliário urbano disposto pela praça que, para além do efeito decorativo, possa servir de pequenos palcos para concertos, espetáculos de magia, recitais de poesia, ou prever um anfiteatro onde esses espetáculos possam acontecer, tirando partido da diferença de cotas que o espaço oferece”, a “criação de parque/espaço de diversões para crianças”.
Está prevista o “desenho de um monumento escultórico de homenagem à Praça/Cidade”, e depois a um projeto ambiciosos de construção de um edifício com cinco pisos, “os necessários para o fecho das empenas Poente e Norte”, onde o “rés-do-chão terá lojas para espaços de restauração e para serviços públicos e de atendimento ao público como por exemplo: loja do cidadão, loja para posto de turismo, loja para segurança social, loja para serviço de finanças, loja para associações e coletividades, delegação da ordem dos advogados, loja para polícia municipal, entre outras; os restantes pisos albergarão uma incubadora de empresas”.
Casa Bento Carqueja irá tornar-se num Museu Municipal e em mais um espaço cultural
O projeto “Praça Maior” prevê a recuperação da Casa Bento Carqueja, onde funcionam atualmente alguns edifícios camarários, para diversas atividades, incluindo a cultural, designadamente a criação de um Museu Municipal Casa Bento Carqueja. A solução adotada concede às construções existentes todas as infraestruturas que permitam a utilização do edificado para eventos de carácter e uso público.
“A identidade da pré-existência deverá ser mantida através da realização de intervenções de reconstrução cirúrgica, preservando as áreas não intervencionadas como o revestimento das paredes interiores e exteriores, bem como a reconstrução e reabilitação de toda a cobertura, respeitando integralmente o sistema construtivo da época, quer na configuração, quer na forma das mesmas, conforme pode ser observado no levantamento arquitetónico”, pode-se ler no documento onde está descrito o programa base de intervenção.
A entrada principal da Praça Maior
Está prevista a demolição integral da denominada “Casa do Caseiro” por a mesma “encontrar em estado de ruína e sem acessos, devido à escavação realizada há décadas, não sendo viável a sua reconstrução e/ou reabilitação. Associada a esta demolição, será igualmente demolido parcialmente o Jardim da Casa Bento Carqueja de forma a ser integrado na Praça Maior, à cota mais alta”, refere o documento.
A entrada principal da Praça Maior, segundo o projeto apresentado, será pela Avenida Dr. Albino dos Reis. Para isso será necessária a “demolição total do muro delimitador e de suporte que limita a área de intervenção na proposta da Praça Maior, com a Avenida Dr. Albino dos Reis”. O referido muro “será substituído por um pergulado que fará de porta de entrada para Praça Maior”.

Creative House com 5 mil metros quadrados
A implementação de um edifício com cinco pisos, que atingirá uma altura de 15 metros, e que deverá ter uma área bruta mínima de cerca de 5000 metros quadrados, denominado Creative House, é uma das grandes novidades deste projeto.
“O edifício proposto irá albergar empresas de carácter jovem, embrionárias, recém-criadas ou ainda em fase de constituição, implementação e organização das suas operações (Incubadoras “Startups”), cujos projetos estão ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Pretende-se atrair empresas que tenham a sua origem na criatividade, competência e talento individual, com potencial para a criação de trabalho, e riqueza, através da geração e exploração da propriedade intelectual (Laboratórios de Indústrias Criativas). Albergará, ainda, um conjunto de serviços ligados ao apoio e ocupação de tempos livres e juventude, e a serviços ao público”, descreve o projeto.