O Chega venceu as eleições legislativas de 18 de maio no distrito de Beja, tornando-se o partido mais votado e garantindo um dos três mandatos em disputa. Com cerca de 28% dos votos, o partido liderado por André Ventura alcança assim uma vitória histórica num território tradicionalmente dominado pela esquerda.

O Partido Socialista ficou em segundo lugar, com uma votação muito próxima dos vencedores, e assegurou a eleição de um deputado. A Aliança Democrática (AD), coligação entre PSD e CDS-PP, alcançou o terceiro lugar e também elegeu um representante para a Assembleia da República.

A CDU, força histórica no Alentejo, ficou afastada da representação parlamentar no distrito, não conseguindo recuperar a influência que teve noutras legislaturas. Apesar de ter obtido uma percentagem significativa de votos, o resultado ficou aquém do necessário para garantir um dos três lugares disponíveis.

Estes resultados refletem uma profunda alteração no mapa político do Baixo Alentejo. A ascensão do Chega, já visível nas eleições anteriores, confirma-se agora com uma vitória clara, conquistando terreno em vários concelhos e entre diferentes segmentos do eleitorado. O PS mantém alguma influência, mas já não beneficia da hegemonia que durante décadas caracterizou o distrito. Por sua vez, a AD consolida uma base eleitoral suficiente para garantir representação, embora longe do topo da tabela.

A fragmentação do voto e a distribuição dos três mandatos entre três partidos distintos ilustram as mudanças profundas no comportamento eleitoral do distrito. A participação cidadã manteve-se dentro da média nacional, e os resultados reforçam a ideia de que o eleitorado alentejano está hoje mais dividido, mais exigente e menos previsível.