Uma hora e meia antes do funeral,começaram a juntar-se anónimos nas imediações da igreja. A essa hora, já a família mais próxima de Diogo Jota e André Silva estava na capela da Ressurreição, em Gondomar.

Às 10:00, as urnas seguiram da capela para a igreja. Um percurso curto. A urna de André Silva foi carregada por jogadores do Futebol Clube de Penafiel, logo a seguir a do irmão, Diogo Jota. Entre quem carregava estava Rúben Neves, o melhor amigo.

Centenas de pessoas quiseram estar presentes na despedida a Diogo Jota e a André Silva. Amigos, admiradores e gente da terra que os viu crescer.

"Ver os jogos do Diogo, o sucesso dele, a ascensão. Sobretudo recordamos o Diogo e o André como pessoas simples, de bem e principalmente pessoas de família".

Bispo do Porto dedica homilia aos filhos de Diogo Jota

Por não haver espaço dentro da igreja, foram instaladas colunas no exterior para que as centenas de pessoas que foram a Gondomar pudessem acompanhar a missa. Durou cerca de 50 minutos e foi presidida pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda, que dedicou a homilia aos três filhos do futebolista.

“Mas eu quero falar convosco, mesmo não estando aqui presentes. Se é triste ver um adulto chorar, muito mais custa quando se trata de uma criança, e quando o motivo é este. Estou convosco. Jesus também está convosco para vos ajudar a passar este momento muito duro e vai fazer-vos felizes, vai fazer-vos felizes.

Também falou para a mulher e para os pais de Diogo e de André: “Mas quando não é apenas uma urna e são duas, de dois irmãos, não há palavras, mas há sentimentos. Nós estamos aqui, além do mais, para vos dizer que também sofremos muito com este acontecimento”.

As urnas seguiram da Igreja Matriz de Gondomar para o cemitério de São Cosme onde o último momento ficou reservado para a família.

Jogadores da Seleção nacional, do Liverpool e do Penafiel estiveram presentes

De Liverpool chegou a impressionante comitiva do campeão inglês para honrar o número 20 da caminhada para o vigésimo título de campeão.

Os capitães Virgil Van Dijk e Andy Robertson, à frente, levaram coroas de flores em formato de camisolas com os números 20 e 30. Os números que Diogo Jota e André Silva usaram na última época das suas carreiras. Em cortejo, a equipa seguiu para a igreja, mas antes de entrar deixaram as coroas em cavaletes à porta do cemitério.

O Penafiel também esteve na Igreja Matriz de Gondomar. Com jogadores, equipa técnica e staff. Rúben Neves e João Cancelo viajaram diretamente dos Estados Unidos da América, onde tinham estado a competir, para marcar presença no funeral.

A Seleção Nacional portuguesa esteve amplamente representada com jogadores das últimas convocatórias e até daqueles que já não são convocados há algum tempo. Como João Moutinho, Danilo, Rui Patrício ou os irmãos André e Ricardo Horta.

Os capitães Rúben Dias e Bernardo Silva estiveram presentes, como já tinha acontecido no velório, bem como outras figuras da seleção: Bruno Fernandes, João Félix, Renato Veiga, Rui Silva, muitos outros marcaram presença, bem como os selecionadores, o atual e o antecessor. Roberto Martínez e Fernando Santos.

Cristiano Ronaldo não marcou presença no funeral

Ausente esteve Cristiano Ronaldo que faltou ao funeral, o que está a gerar uma onda de críticas à falta de justificação oficial sobram versões avançadas pela imprensa desportiva

Por cá, o Correio da Manhã, grupo de comunicação social que pertence a Ronaldo, recorda o trauma vivido por CR7 ao perder o pai em 2005, quando estava ao serviço da Seleção e desde aí que o capitão prefere passar momentos difíceis em maior recato.

Em Inglaterra diz-se que Ronaldo não quis que a presença no funeral fosse uma distração mediática

Selecionadores e dirigentes de diferentes órgãos do mundo do futebol presentes

Marcaram também presença no funeral dos dois irmãos, selecionadores e dirigentes de diferentes órgãos do mundo do futebol.

Foi Fernando Santos quem puxou Diogo Jota da seleção nacional sub-21 para a equipa principal há cinco anos. O ex-selecionador nacional chegou cedo à Capela da Ressurreição para se encontrar com a família dos dois irmãos. Pouco depois, chegou quem ocupa agora o cargo, Roberto Martinez.

Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, tinha estado no velório e assistiu à missa. André Villas-Boas chegou na companhia de Fernando Gomes, antigo jogador e presidente do comité olímpico, que relembra Diogo Jota como um profissional exemplar, nos oito anos de convivência na Seleção Nacional.

É um dia difícil para quem é próximo e para os que acompanharam a carreira dos jogadores. Uma dura despedida também para o agente Jorge Mendes, que acompanhou a família desde que soube da notícia da morte dos dois jogadores.