
A Nova Direita acusou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, de “instrumentalização política” ao ordenar a remoção de cartazes partidários no centro da cidade a meses das eleições autárquicas.
O partido considera que a medida tem como objetivo fragilizar os seus concorrentes políticos e é uma tentativa de interferir no processo eleitoral.
Em fevereiro, a Câmara de Lisboa notificou vários partidos, incluindo o Chega, a Iniciativa Liberal (IL), o Livre, o PCP e o Bloco de Esquerda (BE), solicitando a remoção dos seus painéis e cartazes políticos que estavam localizados em zonas do “eixo central da cidade”, como as praças do Marquês de Pombal, de Entrecampos, do Campo Pequeno e a Avenida da República.
A justificação apresentada pela autarquia para a ordem de remoção foi a proteção de edifícios classificados como monumentos ou de interesse público, bem como a implementação do “Plano Avenidas Novas”, que visa a preservação do arvoredo e a criação de um “enquadramento mais harmonioso” para a cidade.
No entanto, a Nova Direita recorreu da decisão, considerando-a “injustificada” e “desproporcional”, especialmente no contexto de uma pré-campanha eleitoral, o partido liderado por Ossanda Líber rejeita a fundamentação da autarquia, argumentando que não foi demonstrado de forma concreta como os seus cartazes comprometeriam a estética ou as perspetivas panorâmicas da cidade.
Em comunicado, a Nova Direita expressou “profunda indignação” com a decisão e acusou Carlos Moedas de “hipocrisia e instrumentalização política”, alegando que o presidente da Câmara de Lisboa, ciente da popularidade da medida junto de setores do eleitorado, estaria a utilizar a remoção da propaganda para fragilizar a oposição.
O partido destacou ainda a contradição entre a medida de remoção de cartazes e a permissão para a utilização de “outdoors” eletrónicos comerciais na cidade, para promover propaganda municipal.
A Nova Direita exigiu a “suspensão imediata” do processo de remoção de propaganda política e a “cessação da utilização de outdoors eletrónicos comerciais” para veicular mensagens do executivo camarário, o partido anunciou também que reserva o direito de recorrer às instâncias judiciais para defender a liberdade de expressão e o direito à propaganda política, fundamentais para a democracia.
Este episódio ocorre a poucos meses das eleições autárquicas e marca um novo capítulo nas tensões políticas em Lisboa, com a Nova Direita a denunciar uma alegada utilização da administração pública em benefício de interesses políticos partidários.