Armindo Araújo “intrometeu-se” nos duelos entre o contingente dos campeonatos Centro de Ralis e Centro de Ralis Duas Rodas Motrizes (2RM), e conquistou o Rally de Coja-Portas do Açor, com Armando Carvalho, em segundo, a reclamar por direito próprio a vitória absoluta para o campeonato.

António Santos venceu a categoria de 2RM.

A vila de Coja, no concelho de Arganil, viveu dois dias inesquecíveis no plano desportivo, oferecendo, de igual forma, um roteiro com pontos de interesse, o que ver e fazer, mapa, onde comer e onde ficar. Dicas e guia de viagens num território que, embora “caloiro” no que concerne às emoções dos desportos motorizados, esteve à altura dos grandes acontecimentos produzidos pelo Clube Automóvel do Centro.

Tratou-se do Rally de Coja-Portas do Açor, competição que utilizou grande parte das especiais que deram corpo recentemente ao Vodafone Rally de Portugal, com Armindo Araújo, navegado por Luís Ramalho, a não enjeitar o favoritismo que lhe era atribuído e lograr um triunfo sem mácula.

Aos comandos de um Skoda Fabia RS Rally2, o tirsense cumpriu as sete especiais da prova em 41m18,9s, à frente do Mitsubishi Lancer Evo IX de Armando Carvalho e Ana Santos. Contudo, a dupla de Vila Nova de Poiares foi quem retirou os maiores dividendos no Rally de Coja-Portas do Açor, uma vez que angariou na totalidade dos pontos em disputa, dado que Armindo Araújo e Luís Ramalho não pontuam.

Armando Carvalho e Ana Santos também estiveram ao nível habitual, com uma condução cadenciada, logrando mesmo o triunfo na super-especial noturna de Coja e primeira passagem por Casal de São João, o que traduz na perfeição a performance evidenciada, terminando a prova a 2m15,8s dos vencedores.

Na terceira posição terminaram Paulo Barata e Gonçalo Palmeira. Ao volante de um Skoda Fabia RS, o piloto de Góis não se atemorizou com as dificuldades encontradas nas especiais, e foi construindo uma posição solidificada, beneficiando também do abandono precoce de Gonçalo Henriques e Inês Veiga, com o radiador furado provocado pela entrada na parte dianteira de um pau.

Com o vazamento do líquido verde – refira-se que o radiador é responsável por arrefecer o motor, e um problema pode levar a um sobreaquecimento, impossibilitando a continuação da atividade – piloto e navegadora não tiveram outra alternativa que abdicar da prova. Perante este cenário, Paulo Barata pegou de estaca no lugar mais baixo do pódio, encerrando a participação a 2m58,3s do piloto tirsense.

Por seu turno, Fernando Teotónio, que faz equipa com Luís Morgadinho, arquitetou uma prova em crescendo, sobretudo depois de não ter ido além do 10.º lugar na segunda passagem por Pai das Donas – a primeira foi anulada após João Marcelino e Paulo Marques terem capotado o Renault Clio RS R3T. No final, a dupla do Mitsubishi Lancer Evo IX ficou às portas do pódio, a 4m10,3s.

Quem nunca deita a toalha ao chão dá-se pelo nome de António Santos. Endiabrado quanto baste, o piloto de Vila Nova de Poiares materializou mais uma prova eloquente ao encerrar o “top five”, mas teve o condão de vencer a classificação nas Duas Rodas Motrizes (2RM).

Navegado por Martim Santos, o piloto poiarense demonstrou muita qualidade ao volante de um Peugeot 208 VTI, deixando uma excelente imagem no Rally de Coja-Portas do Açor, fechando a participação a 5m37,3s, dos vencedores.

Numa prova marcada pela presença de dois campeões nacionais – Armindo Araújo, sete vezes campeão nacional (2003, 2004, 2005, 2006, 2018, 2020 e 2022) e Gonçalo Henriques, campeão nacional júnior em 2022 e campeão nacional na classe de Duas Rodas Motrizes em 2023 e 2024, sendo aposta da Hyundai Portugal para esta temporada, num Hyundai i20 Rally2 –, o Rally de Coja-Portas do Açor só foi possível graças ao “patrono” de José Pinto.

O promotor, em representante da Silogia e Vila Montez, realçou que «a ideia de realizar este rali nasceu no dia em que a Silogia, em parceria com o Grupo Maranello Legacy concentrou nesta vila alguns Ferrari no primeiro encontro anual».

A partir daí, o “patrono”, escudado pela empresa Sologia, conseguiu levar a Coja muito público, tendo sido necessário «unir esforços de todas as entidades locais para que a prova fosse exequível.

Também Armindo Araújo não escondeu a satisfação de regressar a uma região que tão bem conhece, em que foi, recentemente, parte integrante do Vodafone Rally de Portugal mas especiais utilizadas em Arganil, sublinhou que a equipa «está feliz por ter vencido mas, sobretudo, por termos contribuído para esta grande festa que foi o Rally de Coja-Portas do Acor.