As cotações de bovinos no Alentejo registaram, na semana de 31 de março a 6 de abril de 2025, variações significativas, sobretudo no segmento de vitelos cruzados Charolês, com destaque para a descida generalizada dos preços nas áreas de mercado de Estremoz e Évora, contrastando com subidas pontuais em Beja.

Na área de mercado do Alentejo Litoral, as cotações de vitelo fêmea, entre os 6 e 8 meses, cruzada Charolês, desceram em todas as referências: 0,85 €/kg vivo (mínima), 0,20 €/kg (máxima) e 0,15 €/kg (mais frequente). O mesmo padrão foi registado para o vitelo macho da mesma idade e raça, com reduções de 0,25 €/kg, 0,40 €/kg e 0,10 €/kg, respetivamente. No entanto, a cotação mínima do vitelo fêmea entre os 8 e 12 meses aumentou 40,00 €/unidade, enquanto o macho da mesma faixa etária desceu 75,00 €/unidade.

Em Beja, verificou-se uma tendência contrária, com aumentos nas cotações dos vitelos de 6 a 8 meses, tanto fêmea como macho. As subidas variaram entre 0,27 €/kg e 0,90 €/kg vivo.

Já em Estremoz e Évora, o cenário foi de retração. Em Estremoz, as cotações dos vitelos fêmea de 6 a 8 meses baixaram até 0,90 €/kg vivo, enquanto os machos da mesma idade desceram até 0,45 €/kg. Também as cotações por unidade dos vitelos de 8 a 12 meses registaram reduções acentuadas, como menos 215,00 €/unidade no caso mais frequente dos machos.

Na área de mercado de Évora, as descidas foram mais expressivas. O vitelo fêmea de 6 a 8 meses teve reduções de até 1,00 €/kg vivo. Os vitelos macho da mesma faixa etária registaram quebras de 0,59 €/kg na cotação mínima. Nos animais de 8 a 12 meses, os preços caíram até 220,00 €/unidade para os machos.

Globalmente, na região do Alentejo, as cotações médias dos vitelos macho entre os 6 e os 12 meses decresceram em todas as métricas (mínima, máxima e mais frequente), refletindo uma conjuntura de abrandamento nos preços.

Em termos de abate, os dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que, em janeiro de 2025, no Alentejo, foram aprovados para consumo menos 11,02% de novilhos, menos 13,87% de vitelos e menos 11,17% de novilhas face ao mesmo mês de 2024. Esta descida refletiu-se também na massa total abatida: menos 8,94% para novilhos, menos 15,44% para vitelos e menos 9,06% para novilhas.

A tendência negativa nas cotações e na produção poderá indicar dificuldades estruturais no setor bovino na região, com potencial impacto na sustentabilidade económica dos produtores alentejanos.