No documento, datado de 21 de fevereiro de 1961, que a Lusa consultou no Arquivo Histórico da Marinha, o comandante Mexia Salema avisava que a narrativa teria de ser breve, pois o tempo disponível não se compadecia "com delongas".
O oficial acabara de tomar posse no posto em Angola e ficara surpreendido com a quantidade de encargos e a falta de meios, conforme faz saber no relatório. Mas, como prometido, depois de relatar algumas questões burocráticas, passa diretamente ao assunto: "Confesso que, quando cheguei à província estava convencido da existência de um organismo central de informações e duma estação emissora de contra propaganda e foi grande a minha surpresa ao constatar que nada estava feito neste sentido".