
Ambas as exposições, a abrir no dia 03 de fevereiro, são comissariadas por Fabrizio Boscaglia, Maria João Cantinho e Hugo Maia, e estão patentes até 09 de maio, na sala de Referência da Biblioteca, no Campo Grande.
A publicação do livro de poemas "Uma Obscura Visão", em 1979, foi o ponto de partida da carreira literária de Adalberto Alves, de 80 anos, advogado de profissão e autor interdisciplinar e multifacetado, destacando a BNP o "importante papel" desempenhado "no que respeita à interpretação e à divulgação do legado árabe e islâmico em Portugal e na cultura universal".
Adalberto Alves é autor de estudos como "As Sandálias do Mestre" (2001), do Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa (2013) e tradutor da antologia "O Meu Coração é Árabe" (1987).
Além da poesia e da vertente arabista, a mostra "ressalta outros aspetos relevantes da personalidade e da obra de Adalberto Alves, que contribuem para revelar o seu humanismo intrínseco, como são os casos da íntima ligação de Adalberto Alves à música e, ainda, das suas intervenções sobre questões políticas e da atualidade", segundo nota da BNP.
A mesma fonte refere que Alves, distinguido em 2008 pela UNESCO, com o Prémio Internacional Sharjah para a Cultura Árabe, se autointitula "transcriador" e não tradutor, dos muitos poetas árabes do ocidente ibérico, cujos poemas verteu para português.
Um desses poetas é Al-Mu?tamid ibn ?Abbad (1040-1095), que governou Silves e, mais tarde, Sevilha, no período islâmico medieval.
Esta mostra celebra os 900 anos do seu nascimento em Beja, e pretende "destacar a figura de Al-Mu?tamid enquanto poeta, assim como a sua ligação às cidades de Beja e Silves no ocidente peninsular (em árabe, Gharb al-Andalus), e ainda aspetos da sua receção e interpretação em Portugal e a nível internacional e interdisciplinar".
Al-Mu?tamid é uma figura muito estudada, com "vasta bibliografia", e além de Alves, traduziram a sua obra Garcia Domingues e António Borges Coelho.
A BNP esclarece que "uma parte do material da mostra" é proveniente do arquivo pessoal de Adalberto Alves, integrando também livros e documentos do acervo da BNP.
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Lusa/fim