"O PS entendeu como bastante a sua autossuficiência para a indicação de nomes de juízes para o TC. É uma escolha do PS, mas demonstra inequivocamente que rompe com a ideia de continuidade da situação política da anterior legislatura", declarou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), considerando que "este episódio marca uma nova fase do PS com a situação política".

Em conferência de imprensa, na Assembleia da República, Pedro Filipe Soares sustentou que o socialista Vitalino Canas "será a voz da precariedade no TC", tendo em conta que acumulou as funções de deputado e de "provedor dos patrões do trabalho temporário".

"O BE rejeita acompanhar o nome de Vitalino Canas para o TC pelas razões que eu disse", acrescentou.

Questionado sobre o outro candidato proposto pelo PS, o juiz António Clemente Lima, o líder parlamentar do BE respondeu que "é um nome mais desconhecido", mas que "está vinculado ao par que existe neste momento" e que também contribui para a "manutenção da desigualdade de género inequívoca que existe no TC".

Na votação destes nomes no dia 28 de fevereiro, em que terá de haver dois terços de votos a favor, o PS "não estará à espera do BE, porque inequivocamente não podem esperar", afirmou.

Segundo Pedro Filipe Soares, o PS "não quis dialogar na escolha de nomes para o tribunal mais importante do país", deixando claro que "não há continuidade da situação política anterior".

IEL // JPS

Lusa/Fim