A última coisa que um paciente com cancro gostaria de fazer é subir na passadeira ou na bicicleta, considerando o quanto a doença e os seus tratamentos drenam a energia da pessoa.

Porém, praticar exercícios regularmente pode aumentar as hipóteses de vencer o cancro, diz um novo estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute.

"Praticar os níveis recomendados de atividade física reduz o risco de morrer de vários tipos de cancro", relataram os investigadores.

"Há décadas que se sabe que exercícios regulares podem ajudar as pessoas a terem vidas mais saudáveis", afirmou a autora principal do estudo, Erika Rees-Punia, especialista em ciências populacionais na Sociedade Americana do Cancro.

"As nossas descobertas trazem evidências mais críticas de que ser fisicamente ativo após um diagnóstico de cancro pode ter um impacto significativo na sua probabilidade de sobrevivência", acrescentou Rees-Punia.

Para o estudo, os investigadores reuniram dados de seis estudos anteriores realizados nos EUA que envolveram quase 91.000 sobreviventes de cancro, com idade média de 67 anos.

A equipa analisou a quantidade média de exercícios moderados ou vigorosos relatados pelos sobreviventes após o diagnóstico. As diretrizes dos EUA recomendam que as pessoas façam pelo menos 2 horas e meia de exercícios moderados por semana, ou 75 minutos de exercícios vigorosos.

"Exercícios moderados podem incluir caminhada rápida, dança de salão, jardinagem leve ou ioga", de acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. "Exemplos de exercícios vigorosos incluem corrida, natação, ciclismo rápido ou jardinagem pesada, como cavar ou usar a pá.

De um modo geral, os investigadores descobriram que praticar alguma atividade física reduziu o risco de morte após um diagnóstico de cancro em cerca de 29%.

"Para os sobreviventes da maioria dos tipos de cancro examinados (bexiga, mama, cólon, útero, pulmão, cavidade oral e próstata), a prática de atividade física, ainda que em menor quantidade, continuou a ser associada a uma sobrevivência maior em comparação com nenhuma atividade física", escreveram os autores no seu artigo.

Os resultados mostram que praticar a quantidade recomendada de exercícios proporcionou ainda mais benefícios, reduzindo o risco de morte numa média de 42%.