
A indústria motociclística europeia vive tempos turbulentos, com a austríaca KTM no epicentro de uma tempestade financeira que ameaça abalar os alicerces do setor. Após uma sucessão de decisões polémicas e problemas de gestão, a histórica marca enfrenta um futuro incerto, com rumores de que a Bombardier Recreational Products (BRP), dona da Can-Am, poderá intervir — mas apenas se o preço for de saldo.
Os sinais de alarme começaram a soar com a revelação de que a KTM acumulava dívidas elevadas, tinha quase um ano de inventário parado e enfrentava uma crise de liquidez sem precedentes. A venda e recompra relâmpago da MV Agusta, a saída anunciada do MotoGP até 2026 e múltiplas ondas de despedimentos agravaram ainda mais a situação.
Apesar da entrada do investidor Bajaj e do reinício temporário da produção em março, os esforços de reestruturação colapsaram com o fracasso do plano de pagamento da dívida. Este revés reacendeu tensões internas no conselho de administração e poderá pôr fim à longa liderança de Stefan Pierer.
Enquanto isso, o banco de investimento Citigroup procura há seis meses investidores dispostos a salvar a KTM. Fontes indicam que gigantes como Apollo e BlackRock estão em negociações, mas é o nome da canadiana BRP que mais se destaca, especialmente por já deter a Rotax, fabricante de motores usados em modelos da KTM.
Segundo fontes próximas ao processo, a BRP poderá avançar para a aquisição apenas no caso de uma implosão total da empresa austríaca, o que indica uma estratégia de compra oportuna e altamente seletiva. Questionada sobre os rumores, a BRP preferiu não comentar, afirmando apenas que avalia constantemente oportunidades de crescimento.
Com o destino da KTM pendente por um fio, resta saber se a marca irá renascer das cinzas ou afundar para sempre num mar de más decisões e promessas quebradas.
Source: Rideapart/GPOne