
Filipe Nyusi criticou a forma de ajuda internacional a Moçambique, quando falava com o corpo diplomático acreditado no país, no habitual encontro de início do ano.
"A harmonização ajuda bastante para não ser apoiada a mesma pessoa três, quatro ou cinco vezes, enquanto há quem mais precisa de ajuda", disse Filipe Nyusi.
Uma maior concertação entre o Governo e os parceiros internacionais vai evitar a sobreposição e dispersão da ajuda ao desenvolvimento, defendeu.
O chefe de Estado moçambicano apelou ainda ao corpo diplomático para apostar mais nas instituições do Estado moçambicano na canalização da ajuda, porque o recurso a entidades intermédias resulta no esbanjamento dos apoios.
"Que os apoios dos povos que representam se façam chegar a Moçambique através de canais oficiais, não usem vias intermédias, porque há canais formais", frisou.
Por outro lado, Filipe Nyusi exortou as embaixadas presentes em Moçambique a articularem melhor com as suas capitais sobre as informações a respeito do país africano, assinalando haver discrepâncias.
"Quando visitamos os países, os governos dizem uma coisa, mas os que os representam aqui no terreno, em Moçambique, dizem outra", afirmou Nyusi.
Apesar dos reparos, o chefe de Estado moçambicano saudou o papel da comunidade internacional no desenvolvimento do país, defendendo que os progressos que se têm registado no campo económico e social se devem também à cooperação internacional.
Filipe Nyusi avançou que o seu Governo vai apostar no estreitamento das relações bilaterais e multilaterais para promover o desenvolvimento social e económico.
O desenvolvimento de infraestruturas económicas, a agricultura, industrialização, turismo, bem como promoção da democracia, boa governação e direitos humanos serão os pilares do executivo nos próximos cinco anos, frisou Nyusi.
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