Taur Matan Ruak explicou hoje no parlamento que esse gabinete atuará com a comissão interministerial e com a comissão técnica criadas no âmbito das medidas de resposta ao risco da pandemia em Timor-Leste.

"As medidas especiais exigem uma liderança forte para garantir que são cumpridas", disse no parlamento, durante o debate do pedido do Presidente da República para a declaração do estado de emergência.

O chefe de Governo explicou que serão garantidos os serviços essenciais aos cidadãos, nomeadamente no que toca a bens alimentares, afirmando que há stock no país para vários meses e que o transporte de bens importados não será bloqueado.

Depois da aprovação da declaração de estado de emergência hoje pelo parlamento, o Presidente da República assinará o decreto que determina a sua aplicação e que detalha os aspetos gerais da medida excecional, que vai vigorar um mês.

Imediatamente depois e "com passos cuidados e controlados" o Governo aprovará as medidas concretas, com resoluções e decretos, que determinarão as restrições e outras ações que se aplicam no período de exceção.

Além de medidas restritivas e preventivas, o Governo deverá aprovar igualmente um pacote de decisões para minimizar o efeito económico da pandemia em Timor-Leste.

Nas suas intervenções no Parlamento, Taur Matan Ruak recordou as limitações do sistema de saúde timorense, referindo-se ao potencial de contágio.

"Em países como Espanha ou Itália, o sistema de saúde não aguenta. Têm de escolher que vive e quem morre. Sistemas de saúde muito desenvolvidos, dos melhores da Europa, senão no mundo, hoje não têm condições para enfrentar a situação", referiu.

O chefe do Governo disse que se o contágio do vírus se ampliar em Timor-Leste, poderá atingir 10% da população, ou mais de 118 mil pessoas, dos quais quase 6.000 precisariam de cuidados intensivos e 17.700 de internamento.

"Aqui o nosso sistema não tem condições para isto. Por isso a prevenção é tão importante. Temos de nos começar a preparar porque a nação enfrenta riscos graves", disse.

O país tem até agora um caso registado da covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

ASP // VM

Lusa/Fim