O balanço, que inclui a captura de outros cinco rebeldes, é o resultado das operações feitas pelas forças da SAMIM desde 09 de agosto, data em que a missão começou a "combater atos de terrorismo e extremismo violento no Norte de Cabo Delgado", disse Mpho Molomo, chefe da missão, em conferência de imprensa hoje em Maputo.

Embora sem avançar detalhes sobre as operações no terreno, o chefe da missão indicou que as estratégias da força para erradicar o terrorismo em Cabo Delgado prosseguem de forma satisfatória, tendo sido desativadas bases dos grupos armados, mas é importante garantir que as causas da insurgência também sejam eliminadas.

"Nós precisamos de erradicar as causas do terrorismo e, se olhar para o cenário, vai observar que as questões do desemprego da juventude existem e devem ser abordadas", declarou Mpho Molomo.

Por outro lado, prosseguiu, a assistência humanitária para as populações deslocadas permanece um desafio e é fundamental o envolvimento da comunidade internacional.

"Há uma grande necessidade de apoio no que diz respeito à assistência humanitária. Convidamos os nosso parceiros de cooperação internacional para que nos apoiem de todas formas possíveis porque entendemos que uma paz duradoura em Moçambique não pode ser garantida apenas na dimensão militar", frisou o chefe da missão da SAMIM.

Apesar de não avançar números, o chefe da missão da SADC disse que a presença de tropas de países membros da comunidade em Cabo Delgado tem "custos muito onerosos", principalmente agora com o prolongamento da missão, que inicialmente ia até 15 de outubro de 2021 e agora estende-se por mais três meses.

O prolongamento da missão militar da SADC foi anunciado no sábado, no final da Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral mais a República de Moçambique, presidida pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, realizada em Pretória, capital da África do Sul.

Desde julho, a ofensiva das tropas governamentais com apoio externo permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

Além da SADC, as forças moçambicanas contam com o apoio de soldados e polícias do Ruanda, no âmbito da cooperação no domínio da defesa entre os dois estados.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

EYAC // JH

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