Na votação de hoje, realizada por voto secreto, 18 países eram candidatos aos 18 lugares disponíveis no Conselho, cujas funções terão início a 01 de janeiro do próximo ano.

Os EUA obtiveram um total de 168 votos entre os 193 Estados-membros que compõem a Assembleia-Geral da ONU.

Em fevereiro passado, a nova administração norte-americana, liderada pelo Presidente Joe Biden, anunciou a intenção de se envolver novamente no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que o executivo de Donald Trump abandonou, em 2018, acusando-o de hipocrisia.

Em reação à eleição de hoje, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, congratulou-se com este regresso, afirmando que Washington irá trabalhar "vincadamente para assegurar que o Conselho mantenha as mais elevadas aspirações" e para que "apoie melhor aqueles que lutam contra a injustiça e a tirania em todo o mundo".

"O caminho para a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais será repleto de desafios. Os Estados Unidos comprometem-se a continuar com esta firme procura, em todas as oportunidades, com todos os países que se juntarem a nós", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana num comunicado enviado às redações.

A Eritreia, acusada por várias organizações não-governamentais (ONG) de cometer violações dos direitos humanos, também foi hoje eleita para o Conselho, com uma votação de 144 votos.

Os restantes países foram todos eleitos para o Conselho de Direitos Humanos com votações superiores a 170 votos, a saber: Benim, Camarões, Gâmbia, Somália, Emirados Árabes Unidos, Índia, Cazaquistão, Malásia, Qatar, Lituânia, Montenegro, Argentina, Honduras, Paraguai, Finlândia e Luxemburgo.

Criado em 2006, o Conselho tem a responsabilidade de reforçar a promoção e a proteção dos Direitos Humanos.

O órgão é composto por 47 membros que estão distribuídos geograficamente.

A atual Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos é a ex-Presidente chilena Michelle Bachelet, que foi designada para o cargo em 2018.

A entrada da Eritreia no Conselho abre mais uma vez o debate sobre a presença de regimes autoritários e repressores de liberdades neste que é o mais alto órgão da ONU em matéria de Direitos Humanos, questão que já tinha sido levantada no passado a propósito da China, da Bielorrússia ou da Venezuela.

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