
Sandra Felgueiras foi uma das vozes mais conhecidas que se pronunciou publicamente acerca de um dos assuntos do momento em Portugal: o caso Anjos vs Joana Marques.
Através da sua conta de Instagram, este domingo, 22 de junho, a jornalista mostrou-se 'do lado' do duo musical e falou em "ódio" e "bullying".
"A liberdade é o maior legado de qualquer democracia. Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio", começou por escrever num longo texto.
"É tudo lindo quando não é connosco. Quando o discurso de ódio, travestido de neo-nazi, de Ayatollah ou humorista, não nos toca a nós. Se a humorista fosse uma criança na escola, estaríamos todos a concordar que ela faz bullying. Ou seja, usa as palavras para atingir gratuitamente o outro. O que muda no caso dos Anjos? Eles não são crianças e são figuras públicas", disse ainda, tal como se pode ver imediatamente abaixo, na íntegra.
Mas as palavras da jornalista parecem não ter caído bem a vários internautas e isso é percetível na caixa de comentários da publicação, onde são lidas várias críticas - nas quais inclusivamente houve referência à sua profissão.
"Nota-se que a Sandra já constou dos episódios de 'Extremamente Desagradável'. Uma jornalista escrever um texto destes dá medo", lê-se numa das milhares de reações à partilha.
Confrontada com tamanhas apreciações, Sandra Felgueiras voltou a recorrer-se da internet, esta segunda-feira, dia 23, para denunciar que foi alvo de "insultos gratuitos".
"Vivemos tempos muito perigosos quando dizemos livremente o que pensamos sem ofender aqueles que confundem liberdade de expressão com libertinagem de expressão e insulto com sentido de humor e somos inundados com insultos gratuitos de quem nunca teria coragem de nos dizer o mesmo na cara. Só esta dualidade de atitude demonstra o que disse e repito: não vale tudo", partilhou.
"Que bonito e saudável é fazer rir, não dos outros, mas com os outros"
"Viva a liberdade de expressão não aquela que vale apenas para um lado. Para o lado dos que se assumem arrogantemente como donos de verdades absolutas e que se arrogam o direito de menorizar todos os outros. Não tarda estaremos a discutir quem estudou mais ou nas universidades certas. Já faltou mais", continuou a jornalista.
"A 'bolha intelectual' que inunda o país pensa que é a maioria. Não é. É apenas a maioria enfeitiçada que não tem de acordar às 5 da manhã para ir trabalhar e chegar às 22h sem tempo sequer para abrir um telemóvel que muitas vezes, nem tem. A maioria sofre. Tem lapsos. Falhas. Aprende a rir-se de si próprio e não a fazer troça dos outros. Ensina aos filhos que rir dos outros é feio, deselegante. Que bonito e saudável é fazer rir, não dos outros, mas com os outros. Ensina que há valores e barreiras morais que nunca se ultrapassam. Ensina que é preciso ter pensamento crítico mesmo que tenhamos de divergir da maioria. Nessa altura, seguimos em frente certos de que estamos no bom caminho", concluiu.
Ora veja: