No dia em que foi revelada a causa da explosão do carro que vitimou Diogo Jota e o irmão, André Silva, no passado dia 3 de julho, começam-se também a fazer ouvir vários rostos famosos a respeito de uma onda de críticas que se tem vindo a gerar em torno da companheira do internacional português que perdeu a vida, Rute Cardoso.
Ao que parece, a mulher de Diogo Jota tem recebido vários comentários devido ao visual que escolheu no dia em que marcou presença no memorial feito ao futebolista junto ao estádio do Liverpool. Entre as principais reações, há quem condene o vestido escolhido por ser "curto demais", "transparente" e "branco".
Indignado, Pedro Chagas Freitas, escritor que faz questão de se manter atento, ativo e interventivo em relação a uma série de temas atuais, recorreu à sua conta de Instagram para defender Rute Cardoso. Na sua publicação, feita nesta quinta-feira, 17 de julho, não se poupou nas palavras.
"A Rute acabou de perder o marido. O homem com quem partilhou uma vida deixou de respirar. Ela não. Ela ficou. A tentar descobrir como é que se respira agora, a tentar perceber como se diz às crianças que o pai morreu, que não vai voltar, que o abraço que pedem antes de dormir vai ter de ser inventado — ou substituído por silêncio", começou por escrever.
"Mesmo assim, há idiotas que se dão ao luxo de analisar o vestido que ela usou quando foi a Liverpool. Criticam, disparam julgamentos, sentenças morais, fazem conjeturas mirabolantes, estapafúrdias, miseráveis. Como se o sofrimento tivesse um dress code", considerou logo depois.
O autor usou ainda palavras 'duras' para criticar "um país" que mais parece "uma latrina": "um urinol moral: toda a gente alivia opiniões sobre a vida dos outros enquanto a própria apodrece em silêncio", notou com alguma revolta. "A Rute está no interior mais profundo do túnel. Não precisa que lhe apontem o dedo; precisa que lhe segurem a mão. Se não fores capaz disso, cala-te", acrescentou também por fim.