TV 7 Dias – Trinta anos de jornalismo. Que balanço faz deste percurso?

Conceição Queiroz – Desafiante. O balanço é bastante positivo. Acima de tudo, respiro jornalismo. Faço o que amo e tenho o respeito do público. Foi a profissão que me escolheu e agarrei as oportunidades num meio altamente competitivo. Ver e ouvir em primeira mão jamais terá preço.

O que tem sido mais difícil nesta caminhada?

Saber lidar com dissabores. Os dias são avassaladores, temos altos e baixos, mas trabalho afincadamente, sou obcecada pela documentação nas investigações, tive várias noites sem dormir a cruzar informação, li centenas e centenas de páginas, ou seja, tento preparar-me devidamente numa profissão constantemente escrutinada. Sei que conquistei os portugueses com o meu trabalho, regular e consistente.

Há alguma reportagem ou momento que considere “um marco” nestes 30 anos?

A guerra na Somália. Era o lugar mais perigoso do mundo, depois passou a ser a Faixa de Gaza, de acordo com a ONU. Entrei no país e vi o impensável. Ataques terroristas praticamente todos os dias, a fuga de milhares de pessoas que acompanhei de perto, muitos morreram pelo caminho, não chegaram nem ao Quénia nem à Etiópia. A mutilação genital feminina também foi marcante, a fome, os campos minados, tal como tantos outros trabalhos. Mas o que é positivo (longe de armas e canhões) também merece destaque: as entrevistas que fiz aos jogadores da seleção nacional quando se aproximava o mundial de futebol de 2018. Não esqueço a forma afável como fui recebida. Bernardo Silva, no Manchester City, Ricardo Quaresma, no Besiktas, Scolari, no Brasil, Cédric, João Mário, etc. Foi incrível.

Leia a entrevista a Conceição Queiroz na revista TV 7 Dias em banca.

Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: DR e redes sociais