Foi em 2023 que Liliane Campos avançou com um processo contra a empresa Intervalo Adequado, da qual Alexandra Lencastre era sócia-gerente, por falta de pagamento da indemnização que lhe era devida. Nesse mesmo ano, houve duas audiências agendadas, no Tribunal do Trabalho de Lisboa, para que as partes chegassem a acordo, mas nem a atriz, que não estava obrigada a comparecer, nem os seus advogados marcaram presença, motivo pelo qual a autora e a ré nunca chegaram a um entendimento. Contudo, agora, no dia 21 de maio, a luta desta rapariga chegou ao fim, isto porque as partes chegaram a acordo nos corredores do tribunal, oficializado, posteriormente, em sede de justiça.

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Segundo o que a TV 7 Dias conseguiu apurar, os representantes legais de Alexandra Lencastre avançaram com uma proposta de 1500 euros, algo que Liliane não aceitou pois esse valor estava aquém daquilo a que teria direito. Só os proporcionais dos subsídios de férias e de Natal, bem como as férias não gozadas rondavam os 1350 euros, fora a indemnização a que teria direito, uma vez que não foi despedida com justa causa. O valor sugerido pela Procuradora do Ministério Público foi de quase 3500 euros brutos. Contudo, ao que a nossa/sua revista sabe, os advogados da atriz ainda a tentaram convencer, alegando que, seguindo para julgamento, dificilmente conseguiria recuperar o dinheiro uma vez que a empresa já tinha sido administrativamente dissolvida no dia 21 de fevereiro de 2024. E foi aqui que a “porca torceu o rabo”. Isto porque, para se dissolver administrativamente uma sociedade, é necessário apresentar um documento que comprove que a empresa não só não tem dívidas, como não tem também nenhuma ação judicial pendente… e esta ação tinha dado entrada no ano anterior, motivo pelo qual a Procuradora classificou o caso como “muito grave”, salientando que teria que apresentar estes factos ao tribunal. E assim foi.
Já em sede de justiça, esta situação foi mencionada, mas a advogada que representava a empresa referiu que Alexandra tinha sido “enrolada” pelas restantes pessoas ligadas à Silk Body & Skin, que era como se chamava a clínica de estética, e que, até hoje, ainda lidava com as consequências do mau negócio.

Perante a evidência de que a firma estava encerrada há mais de um ano, ficou então acordado que, no prazo máximo de 60 dias, com data final de execução de 21 de julho, Alexandra Lencastre terá que pagar, numa única prestação, 2500 euros líquidos a Liliane Campos, sendo que esta quantia será paga a título de indemnização pecuniária de natureza global.

Toda a história

Foi a 1 de março de 2022 que Liliane Campos começou a trabalhar na clínica Silk Body & Skin, localizada na Avenida Estados Unidos da América, em Lisboa. Nesta altura, era Nuno Oliveira Fernandes, namorado da atriz à data dos acontecimentos, quem estava à frente do espaço dedicado a “tratamentos estéticos e de fisioterapia, medicina não-invasiva, venda de produtos de saúde, comércio a retalho de produtos naturais, de estética, dermocosmética, higiene e de equipamentos, mobiliário e acessórios para esses fins”, pode ler-se na certidão comercial da empresa.

No início tudo decorria de feição, até que os dois terminaram o namoro e o negócio começou a descambar. Apesar das tentativas de Alexandra Lencastre em fazer parcerias, muitas vezes as mesmas fracassavam pois a atriz não comparecia ou, em cima da hora, desmarcava. Além disso, “a empresa nunca teve grande retorno, nem para pagar o meu ordenado. Todos os comprovativos que tenho do meu ordenado saíram da conta dela, nunca foi da conta da empresa porque a empresa nunca faturou para poder pagar sequer o meu ordenado”, chegou a revelar a ex-funcionária à TV 7 Dias [ver ed. n.º 1908, de 13/10/2023]. Apesar das dificuldades, a jovem permaneceu no trabalho e, embora o seu contrato terminasse a 31 de agosto, a patroa informou-a de que poderia ficar descansada pois iria permanecer na sua função. Qual não foi a sua surpresa quando, sem aviso prévio, Liliane recebe um alerta da Segurança Social. “No dia 26 de setembro recebi uma mensagem no meu portal da Segurança Social a dizer que o meu contrato tinha sido terminado e terminou com data referente a 31 de agosto”, recordou, na altura, adiantando ainda que “ela também lançou, no portal da Segurança Social, em como me tinha pago, mas faltava o subsídio de férias e as férias não gozadas. Enfim, lançou um valor que não era compatível com o que eu tinha que receber”. Liliane ainda tentou resolver as coisas a bem, mas tal não foi possível. “Nunca teve acordo da parte dela. Na última mensagem que enviou, ela disse que estava a passar por uma fase em que trabalhava muito, mas não estava a receber e que eu não estava a entender o lado dela, que ela estava a passar por um momento muito difícil. Foi um texto enorme e foram só desculpas. Eu disse que também estava a passar por um momento difícil porque a minha mãe estava doente, o meu cunhado estava com um tumor no cérebro e ela foi muito egoísta”, lamentou.

Textos: Carla Ventura (carla.ventura@impala.pt); Fotos: Arquivo Impala, Reprodução Instagram e Reprodução Instituto dos Registos e do Notariado