Fruto de colaborações em trabalhos universitários, nasceu a Incubadora, uma produtora jovem que uniu estudantes de cinema cuja motivação é a “paixão de fazer cinema em comunidade”.  Atualmente, são muito mais do que isso. Contam com uma equipa de seis membros centrais e a colaboração de talentos individuais e coletivos, o que acreditam ser crucial para a qualidade dos seus projetos.

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa foi a sua rampa de lançamento. Foi ali que a Incubadora encontrou o suporte técnico e académico necessário para dar os primeiros passos em projetos tanto académicos, como pessoais. Hoje, fora do meio universitário, os desafios aumentaram: “É complicado porque o material audiovisual é caro”. No entanto, com determinação, mantêm-se fiéis à ideia de que, “tendo uma câmara e uma ideia, conseguimos fazer sempre algo”.

Assim como muitos outros jovens criadores, enfrentam limitações no acesso a apoio financeiro. Embora reconheçam o papel importante de entidades estatais, como o Instituto do Cinema e Audiovisual, ou privadas, como Sociedade Portuguesa de Autores, admitem no entanto que as grandes produtoras, já estabelecidas, acabam por ser mais apelativas aos financiadores. Assim, os seus projetos são maioritariamente financiados pela própria equipa ou através de plataformas de crowdfunding como o GoFundMe.

Em 2024, a equipa da Incubadora decidiu abraçar um novo desafio: a participação no Festival 48 horas. Este é um evento internacional que decorre todos os anos em Lisboa, e que desafia equipas de cineastas a criarem uma curta-metragem, em apenas 48 horas. Para tal, são definidas três premissas comuns a todas as equipas – uma personagem, um objeto e uma frase – e uma diferente, um género. A partir daí, resta deixar a criatividade voar.

Os resultados são apresentados no Cinema de São Jorge, onde são alvo de escrutínio por parte do júri e do público. O vencedor de Melhor Filme, tem o privilégio de representar o país no Filmapalooza, um festival internacional que reúne os melhores dos melhores de cada país.

A participação no Festival 48 Horas foi um verdadeiro ponto de viragem para a Incubadora. Após a sua primeira participação, a equipa viu-se obrigada a limar algumas arestas, afirmando que, este ano, se verificou um amadurecimento da equipa: “Procurámos pontos comuns e não divergências”. O esforço valeu a pena, já que, em junho, estrearam o Estrilho, eleito o favorito do público no grupo C.

Apesar de não haver colaboração direta entre as diferentes equipas, o ambiente do festival revelou-se inspirador. João Páscoa, um dos elementos da Incubadora, destaca o impacto deste tipo de eventos: “É inspirador porque contactas com imensas visões e sabes que as pessoas fizeram aquilo nas mesmas condições que tu. O charme do concurso é esse mesmo: tantos filmes diferentes com premissas semelhantes."

O futuro da Incubadora ainda não está escrito, mas há algo imprescindível no guião: não parar. Por isso, admitem querer continuar a criar movidos pela paixão pelo cinema, não deixando nenhuma porta aberta por explorar.

Editado por J. P.