
Crescer, crescer, crescer. Este tem sido, desde a sua criação, em julho de 2021, o desígnio da Associação Business Roundtable Portugal (BRP). Essa ambição é claramente assumida na missão publicada: "Há duas décadas que nos debatemos com o fraco crescimento económico e social do país, mas os problemas persistem ou tendem a agravar-se. Falta ação e sentido de urgência para a mudança, e Portugal não pode continuar à espera. Só com Pessoas qualificadas e realizadas, Empresas robustas e competitivas, e um Estado eficiente e promotor da igualdade de oportunidades e do sucesso de pessoas e empresas será possível criar uma economia geradora de riqueza e bem-estar social". Mas também nas diversas iniciativas a que a BRP tem dado vida, com destaque para a criação do Comparar para Crescer, um site que permite observar o desenvolvimento do país em comparação com outros países europeus e principais concorrentes, numa multiplicidade de indicadores relevantes.
Agora, com o mundo a redefinir equilíbrios geoestratégicos e geoeconómicos, num cenário de ameaça à globalização e à paz e com o espaço europeu consciente da necessidade de rever prioridades (reindustrialização, sustentabilidade, independência energética, crescimento...) e até a sua própria organização económica, o repto da BRP faz mais sentido do que nunca. Com um novo Parlamento constituído, um Programa de Governo acabado de aprovar e a recém-descoberta vontade do executivo de cortar amarras que nos têm prendido aos últimos lugares dos rankings, expressa com a criação de um Ministério da Reforma do Estado, a Business Roundtable relança o debate. Ctrl-Alt-Portugal: Relançar para Crescer é o tema que a BRP leva à Casa da Música, no Porto, na sua conferência anual, marcada para a tarde de dia 30 de junho.
A lançar o debate estarão nomes fortes do panorama internacional económico e europeu, que irão partilhar novas visões e deixar pistas para que o país possa redesenhar-se como um Portugal com ambição para crescer.
Num programa que traça ameaças e oportunidades globais, pelo palco passará o economista e cientista político distinguido com o prémio Nobel da Economia em 2024, James A. Robinson (com Acemoglu e Simon Johnson), um defensor do turismo responsável, da educação e do desenvolvimento sustentável, distinguido com o mais alto prémio da sua área pelo estudo de "como as instituições se formam e afetam a prosperidade". Mas também o antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso, grande impulsionador do alargamento da União Europeia e responsável não apenas pela resposta à crise financeira global como pela Aliança Global para Vacinas - Gavi, criada na sequência da covid e a que preside.
Entre outros participantes, numa tarde em que se propõe "um novo olhar sobre Portugal e sobre os caminhos necessários para o seu crescimento sustentado", num momento decisivo para o futuro do país, haverá ainda a possibilidade de escutar os contributos da cofundadora e CEO do The Elegant Group, que integra o Martinhal Family Hotels & Resorts, a United Lisbon International School e o Edu Hub Lisbon, Chitra Stern; a cofundadora da Talkdesk, que se tornou no terceiro unicórnio português depois de levantar 100 milhões de dólares numa ronda de financiamento em 2018 Cristina Fonseca (agora dedicada ao capital de risco na Indico Capital Partners, investindo em startups tecnológicas em Inteligência Artificial, Fintech e Ocean Tech na Península Ibérica); e Nuno Palma, vencedor do prémio Stiglitz (2016) e professor catedrático de Economia na University of Manchester e diretor do Arthur Lewis Lab for Comparative Development, cuja investigação se foca na história monetária e no crescimento económico de longo prazo e que escreveu As causas do atraso português (2023).

Será uma tarde de reflexão coletiva sobre como reiniciar Portugal para crescer com ambição e compromisso, num evento onde estarão presentes os administradores das 43 maiores empresas nacionais, que compõem a Associação BRP. Presentes em diferentes setores, geografias e fases de desenvolvimento, em conjunto, os associados da BRP investem mais de 10 mil milhões de euros, acumulam receitas globais de 124 mil milhões de euros, dos quais 59 mil milhões a nível nacional, e empregam 424 mil pessoas, metade delas em Portugal, pagando um salário duas vezes superior à média do setor privado. Inscreva-se até dia 26 para assistir presencialmente à conferência anual ou siga tudo em direto, aqui no SAPO.