Luís Montenegro assumiu esta posição em declarações aos jornalistas no final de uma ação de rua em Sintra, em que esteve acompanhado pelos ministros Miguel Pinto Luz e Joaquim Miranda Sarmento, este último também cabeça de lista da AD pelo círculo de Lisboa.

Interrogado se está a criticar implicitamente o Governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015, quando falou em "reconciliação com os pensionistas" nos seus recentes discursos de campanha para as legislativas do próximo dia 18, o atual primeiro-ministro recusou que pretenda demarcar-se das medidas de austeridade tomadas pelo seu antecessor social-democrata na liderança do executivo nacional.

"Sabemos que na evolução histórica e financeira do país tivemos um período de recuperação, no qual houve alguma incompreensão. Propus-me mostrar que somos um partido com uma grande vocação social, que não esquece aqueles que trabalharam uma vida toda e que olha com grande sentido humanista, personalista, para os que estão numa fase mais adiantada da vida, não os deixando sozinhos", respondeu.

Luís Montenegro afirmou-se mesmo "empenhado e cada vez mais entusiasmado em ter todos os portugueses" com a AD, "no caso concreto dos reformados e pensionistas dando-lhes uma vida preenchida".

Questionado se é contraproducente ter hoje Pedro Passos Coelho no almoço que promove para assinalar os 51 anos do PSD, o líder social-democrata recusou: "Não, é extremamente gratificante ter toda a história, que é uma história grande do PSD".

Na primeira fila da arruada, junto a Luís Montenegro, esteve sempre o candidato da AD a presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida. O CDS-PP esteve representado por Paulo Núncio, Temo Correia e Pedro Morais Soares.

A meio do percurso, junto ao secretário-geral do PSD, Hugo Soares, encontrou o histórico social-democrata e antigo ministro António Capucho, com quem trocou breves palavras de circunstância.

Em relação a contactos com cidadãos, o presidente do PSD cumprimentou e falou com reformados que se encontravam em esplanadas, entrou em lojas e até saiu de uma mercearia com uma laranja na mão.

Na questão dos pensionistas, o primeiro-ministro visou novamente de forma indireta o PS, apontando aqueles "que lançaram dúvidas sobre se o seu Governo iria mesmo baixar o IRS e aumentar as pensões".

"Houve muita gente que quis criar o medo de que nós não seríamos honestos no cumprimento do nosso compromisso. Nós respondemos com atos, com ações, com resultados", sustentou.

 

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