
Nos últimos 12 meses, a inflação média em Cabo Verde manteve-se estável em 1,8%, o que revela uma gestão eficaz das pressões inflacionárias, num cenário global ainda marcado por incertezas e tensões nos mercados de energia e alimentos. O indicador de inflação subjacente que exclui os preços mais voláteis como energia e alimentos não transformados também recuou para 2,3%, uma descida de 0,7 pontos percentuais face a maio.
Em termos acumulados, os preços registaram um aumento de 1,3% entre janeiro e junho de 2025, uma variação mais expressiva do que a observada no mesmo período do ano passado (0,9%). Estes dados refletem uma recuperação moderada da economia cabo-verdiana, em linha com a retoma gradual da atividade turística e o aumento do consumo interno.
Nos últimos três anos, Cabo Verde enfrentou oscilações significativas nos preços, com picos inflacionários em 2022, na sequência da guerra na Ucrânia e do impacto da pandemia, atingindo valores acima dos 8% em determinados meses. A partir de 2023, as autoridades conseguiram inverter esta tendência, com a inflação a registar quedas progressivas e a regressar para níveis mais controlados a partir de 2024.
Este ambiente de estabilidade de preços é crucial para a atração de investimento externo e para a proteção do poder de compra das famílias cabo-verdianas, particularmente num arquipélago dependente de importações e vulnerável a choques externos.
A gestão macroeconómica tem sido acompanhada de perto por instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que destacaram recentemente os avanços de Cabo Verde no controlo da inflação, consolidação orçamental e criação de condições para um crescimento económico mais inclusivo e sustentável.
A manutenção da inflação sob controlo continuará a ser um dos principais desafios para o país, especialmente tendo em conta a volatilidade dos mercados internacionais e a exposição externa da economia cabo-verdiana.