
O Governo avançou com uma autorização para que a Força Aérea gaste 30 milhões de euros na transferência do Aeródromo de Trânsito nº 1 para a Base Aérea nº 6, no Montijo. A verba, a ser utilizada até ao final de 2028 – altura em que a transferência deverá estar efetivada – vai ser utilizada para adaptar e construir as infraestruturas, edifícios e áreas da base do Montijo, de forma a que ela tenha o mesmo uso que tem atualmente.
Esta decisão foi tomada de forma a libertar o terreno ocupado pelo Aeródromo de Trânsito nº 1 junto ao aeroporto de Lisboa. São 12 hectares localizados na zona nordeste do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) onde “são realizadas operações essenciais ao País, designadamente o transporte de altas entidades do Estado Português e a receção dos seus homólogos em aeronaves de Estados estrangeiros, o apoio a operações militares e ao transporte das Forças Nacionais Destacadas, o transporte de órgãos e evacuações aeromédicas, bem como outros serviços humanitários e estratégicos”. A sua desafetação e transferência para o Montijo permitirão “acomodar a expansão temporária prevista” no atual aeroporto, até à entrada em operação do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete e o consequente encerramento do AHD.
A decisão foi tomada através de uma resolução do Conselho de Ministros. O governo justifica esta transferência com o facto de ser necessário aumentar a capacidade do atual aeroporto de Lisboa enquanto o novo aeroporto de Alcochete, Luís de Camões, não estiver em operação, o que nunca acontecerá antes de 2030.
Isto porque a ideia é que a capacidade do Humberto Delgado passe para entre 40 milhões a 45 milhões de passageiros antes da construção do novo aeroporto. Mas “a localização do AHD no centro da cidade de Lisboa, nos municípios de Lisboa e Loures, impõe severas restrições à sua expansão para além do atual perímetro. Por isso, torna-se essencial a procura de soluções que passem pela melhoria e reorganização de recursos existentes”, acrescenta a resolução do conselho de ministros.
Mas para que a transferência aconteça é necessário que a Base Aérea nº6, no Montijo – considerada a “solução ideal, devido à sua localização estratégica e à menor complexidade de adaptação operacional” – seja alvo de obras de construção e requalificação das infraestruturas militares nessa nova localização.
No ‘pacote’ de obras está também incluída a necessidade de adaptação de pistas da base aérea para que esta esteja operacional após a entrada em operação do Aeroporto Luís de Camões. “A futura entrada em operação do Aeroporto Luís de Camões inviabilizará o uso das pistas 07/25 na BA6, uma vez que os procedimentos por instrumentos dessas pistas conflituarão com as aproximações do novo aeroporto. Será, por isso, necessário dotar as pistas 01/19 da BA6 com as características físicas, ajudas de rádio à navegação aérea e com sistemas de iluminação equivalentes às existentes nas pistas 07/25, para possibilitar a operação ininterrupta das frotas atribuídas à BA6, bem como garantir a continuidade das operações aéreas militares após abertura do novo aeroporto de Lisboa”, adianta o Governo.