A histórica fabricante de motociclos portuguesa Famel lançou uma ronda de investimento para revitalizar a marca. Segundo os dados avançados pela empresa esta terça-feira, a ronda conta para já com um investimento de 2,45 milhões de euros proveniente do fundo Novus, gerido pela sociedade Magnify Capital Partners em parceria com o Banco de Fomento.

“Fomo-nos apercebendo de que o capital necessário era bastante superior àquilo que tínhamos no início, portanto fomos à procura. Isso faz com que nós, neste momento, estejamos a abrir esta ronda também a investidores privados”, comentou Joel Sousa, o presidente executivo da Famel.

O montante mínimo de investimento para os investidores particulares “andará à volta dos 10 mil euros”. Quanto ao prazo de retorno dos investimentos, Pedro Ortigão Correia, um dos sócios da sociedade gestora do fundo Novus, preferiu não se comprometer. “São projetos em que durante os primeiros anos há um processo de investimento, há um processo de crescimento e depois o retorno é todo feito mais lá à frente, quando a marca tiver a entrada de um grande sócio, a marca for vendida ou simplesmente se correr muito bem e a empresa estiver a produzir muitos resultados”, esclareceu.

A grande aposta da empresa para esta nova era da Famel é o lançamento da mota E-XF, uma versão elétrica da icónica XF-17, criada na década de 1970.

“Com a crescente procura por veículos elétricos e o apoio governamental para veículos de baixa emissão, a Famel está posicionada para capturar uma parcela significativa deste mercado emergente”, refere a empresa, em comunicado.

A nova mota conta com duas versões, a Café Racer, que dá apenas para um ocupante, e a Clássica, que dá para dois. Ambas podem vir em duas versões, equivalentes a cilindradas de 50 e de 120 centímetros cúbicos, com preços que vão dos 5500 euros aos 6200 euros.

Além da componente elétrica, “a nova versão da Famel vai incorporar componentes maioritariamente europeus, dos quais 50% serão feitos em Portugal, o que traz vantagens significativas na pegada ecológica”, adianta a empresa.

As novas motas já podem ser reservadas no website da Famel, mediante o pagamento de 600 euros. Segundo Joel Sousa, os modelos de 125 centímetros cúbicos já contam com aproximadamente uma centena de reservas.

O objetivo é que na primavera do próximo ano, os primeiros modelos sejam colocados no mercado para fazer face às reservas que até então forem feitas.

A Famel prevê que em 2029 sejam produzidas e colocadas à venda cerca de 2000 unidades por ano, com uma forte aposta na internacionalização da marca.

“Nós temos bastantes pedidos, principalmente das comunidades portuguesas fortes, França, Alemanha, Luxemburgo. É recorrente recebermos e-mails a pedir. O primeiro foco será alavancar a presença da marca a nível internacional”, explicou Joel Sousa.

Em comunicado, a Famel refere que planeia iniciar a produção numa empresa de fabrico de bicicletas em Anadia, perto de Águeda.