O Integer Living Hub foi lançado em maio do ano passado. O que motivou a sua criação?
O Integer Living Hub — seis apartamentos e um espaço de coworking remodelados na Portela (a 10 minutos de Lisboa) — nasceu da vontade de facilitar a integração de talento internacional na nossa estrutura. Isto porque identificámos que a habitação era um dos maiores obstáculos para quem muda de país, especialmente com o mercado imobiliário nacional a impor exigências como cauções elevadas, fiadores e/ou inúmeras rendas antecipadas. A ideia foi criar uma solução temporária e estável que permitisse aos colaboradores focarem-se no essencial: iniciarem bem o seu percurso connosco.

“A ideia foi criar uma solução temporária e estável que permitisse aos colaboradores focarem-se no essencial: iniciarem bem o seu percurso connosco”

O que inclui exatamente o pacote oferecido aos colaboradores — além do alojamento e do coworking?
Em rigor, o programa vai muito além da habitação. Inclui suporte completo no processo de relocation, ou seja, a Integer ajuda com: tratamento de documentação do próprio e da família (como o NIF), abertura de conta bancária, receção e transporte do aeroporto e até aconselhamento na escolha de escolas para quando o colaborador vem com filhos. O objetivo é ser um verdadeiro ‘para-raios’ de todas essas dificuldades, promovendo conforto, tranquilidade e estabilidade logo desde o primeiro dia em Portugal.

Quantas pessoas já beneficiaram do Integer Living Hub neste período de um ano?
Durante este ano, seis apartamentos estiveram disponíveis e foram ocupados por diversos colaboradores e respetivas famílias. Até ao momento já beneficiaram do Integer Living Hub 10 pessoas e a ocupação tem oscilado com a rotatividade prevista, o que nos deixa muito satisfeitos.

“O objetivo é ser um verdadeiro ‘para-raios’ de todas essas dificuldades, promovendo conforto, tranquilidade e estabilidade logo desde o primeiro dia em Portugal”

Como tem sido gerida a rotatividade nos apartamentos, tendo em conta o tempo médio de permanência que tinham traçado, de 6 a 9 meses?

As entradas e as saídas têm sido geridas com base num planeamento antecipado do onboarding dos colaboradores internacionais. O período de permanência foi pensado para conferir tempo suficiente para cada um encontrar uma alternativa estável no mercado de arrendamento, e temos conseguido manter esse intervalo médio de 6 a 9 meses. Sempre que a pessoa ainda não tenha a casa pretendida, avaliamos extensões, mas de modo controlado para garantir equidade e rotatividade.

Que tipo de feedback têm recebido dos colaboradores que utilizaram este apoio?
O feedback tem sido extremamente positivo. Quase todos os envolvidos neste programa indicam que o Integer Living Hub foi determinante para aceitarem a nossa proposta e relatam também que esta transição suave teve impacto direto no bem-estar e na produtividade. Um colaborador chegou mesmo a adiantar que o facto de não ter de se preocupar com aspetos como onde dormir ou como tratar da burocracia alterou por completo a maneira como começou a sua nova vida em Portugal.

Este programa tem ajudado a reduzir o tempo necessário para integrar os novos colaboradores estrangeiros nas equipas?
Sem dúvida alguma. O facto de termos resolvido por antecipação grande parte das dores associadas à mudança de país faz com que os colaboradores entrem nas equipas de forma mais rápida, mais focados e mais disponíveis para contribuir. Isso reflete-se numa integração mais fluída, com menos ansiedade e maior dedicação ao projeto. E este compromisso a 100% é excelente para todos: colaboradores, Integer e empresas nossas parceiras (no caso do outsourcing).

“O facto de resolvermos por antecipação grande parte das dores associadas à mudança de país faz com que os colaboradores entrem nas equipas de forma mais rápida e mais disponíveis para contribuir”

Em termos de recrutamento, notaram uma diferença na facilidade de atrair talento internacional, desde que o Integer Living Hub foi implementado?
Sim, notámos uma diferença clara. Desde que começámos a apresentar o Integer Living Hub durante o processo de recrutamento, temos verificado mais interesse, curiosidade e, acima de tudo, mais adesão. A proposta torna-se mais competitiva porque transmite segurança e demonstra que cuidamos de quem decide dar esse passo connosco. Este programa tornou-se num argumento forte para atrair talento, sobretudo em mercados mais distantes.

Rúben Santos, Head of Outsourcing Services da Integer

Que desafios encontraram na implementação deste programa?
O maior desafio foi estruturar tudo em tempo útil: encontrar o espaço e alinhar as remodelações, no sentido de assegurar os contratos, preparar o coworking e montar toda a logística de apoio. Outro ponto importante foi asseverar que a experiência se mantinha personalizada e humana, sem se tornar apenas em mais um ‘benefício’ corporativo. Quisemos que fosse, de facto, uma iniciativa acolhedora, e isso exige atenção ao detalhe. No fundo, este projeto é um abraço antecipado que damos aos colaboradores. E eles sentem-no.

“Este projeto é um abraço antecipado que damos aos colaboradores. E eles sentem-no”

Houve alguma situação inesperada que tenha servido de lição ou que tenha levado a ajustes no modelo inicial?
Sim, uma das principais aprendizagens foi perceber que, mesmo com planeamento, há sempre variáveis que nos escapam. Tivemos casos em que a procura foi mais rápida do que tínhamos equacionado, o que nos obrigou a acelerar processos logísticos e rever critérios de locação para garantir justiça e equilíbrio. Também identificámos que alguns colaboradores precisavam de mais tempo do que o previsto, o que nos levou a flexibilizar ligeiramente a permanência. Estes ajustes fizeram-nos entender que, mais do que um modelo rígido, o Integer Living Hub tem de ser uma solução viva, dinâmica e adaptável à realidade de quem chega.

Têm planos para alargar o Integer Living Hub a outros locais?
Atualmente não estamos a considerar essa possibilidade. Esta primeira fase serviu como projeto-piloto. Foi uma espécie de teste, e os resultados têm sido muito encorajadores. Dependendo da evolução da procura e das necessidades dos próximos recrutamentos, podemos, claro, avaliar se faz sentido a replicação do modelo noutros locais, nomeadamente no norte.

Estão a considerar aumentar o número de apartamentos em Lisboa?
Neste momento não é uma hipótese. Os seis apartamentos que temos hoje têm tido ocupação quase contínua. Todavia, se o volume de admissões internacionais aumentar, é provável que teremos de pensar em disponibilizar mais oferta no mesmo edifício ou em espaços próximos, para manter o conceito integrado de habitação e coworking. O certo é que o Integer Living Hub foi uma aposta ganha e que veio para ficar, o que nos deixa cheios de orgulho.