
Maestros, compositores e músicos de 11 países participam a partir de sábado na primeira edição do Mondego International Music Academy (MIMA), projeto de formação musical que a organização apresenta como pioneiro.
Organizado pela Momentos À Corda, o MIMA surgiu pela necessidade sentida de criar algo diferente e mais integrado, explicou à agência Lusa o presidente da associação e diretor executivo da iniciativa, Tiago Anjinho.
“A ideia nasceu através de um dos nossos associados, Nuno Coelho, que é maestro principal da Orquestra Real das Astúrias e diretor artístico deste projeto: ele teve esta ideia de criar um curso que não fosse simplesmente de orquestra ou de direção; que fosse um modelo mais envolvente com uma palavra-chave, ‘networking’, no pensamento”.
Durante uma semana de trabalho intensivo, até dia 10, o MIMA vai conectar “três alicerces da música erudita: direção, composição e orquestra”.
“Vamos ter em simultâneo um curso de direção, um curso de composição e depois temos a vertente dos músicos: os academistas selecionados, que fizeram as suas provas, vão trabalhar num modelo ‘side-by-side’ com profissionais já com carreira em importantes orquestras”.
Tiago Anjinho destacou a particularidade de “tudo estar interligado”, o que será “absolutamente pioneiro” a nível mundial. “O modelo, como está idealizado, desta forma, não existe em lado nenhum”, realçou.
Para o MIMA, “os compositores estão a escrever as obras” originais, que “vão ser estreadas pelos academistas no final da semana – e os próprios músicos estão a interagir, tanto com colegas da sua idade, como com músicos profissionais já estabelecidos, como com compositores e maestros já estabelecidos”.
A coordenação do curso está a cargo do espanhol Gustavo Gimeno, diretor musical e maestro da Toronto Symphony Orchestra, do Canadá, e de Dinis Sousa, o português que criou a Orquestra XXI e que é o maestro titular da britânica Royal Northern Sinfonia.
O envolvimento de nomes de relevo da música erudita mundial no programa despertou elevado interesse nesta primeira edição do MIMA, que recebeu “mais de 200 candidaturas de todo o mundo”.
“Foi, desde já, um grande sucesso nesse sentido”, frisou Tiago Anjinho.
Entre os candidatos foram escolhidos oito maestros, quatro compositores e 21 músicos de Espanha, Canadá, Ucrânia, Estados Unidos da América, Suíça, Japão, Bélgica, Nova Zelândia, França, China e Portugal, a que se juntam outros convidados e elementos da produção, num total de 80 pessoas envolvidas nesta edição de estreia.
A intenção é tornar o evento anual, procurando reforçar “a essência do MIMA, que é o ‘networking’” entre profissionais e jovens talentos, fomentando “a entreajuda, a solidariedade, a ligação com a comunidade”.
“Temos de levar a arte às pessoas, porque nós, músicos, sem pessoas, não temos profissão”, referiu Tiago Anjinho, salientando o contributo que o evento pode dar, “tanto aos músicos como ao público, neste caso os conimbricenses”.
Nesse particular, estão previstos três concertos no distrito de Coimbra.
No dia 7, às 21h, a Orquestra MIMA apresenta-se no Teatro Municipal da Lousã, com direção de Dinis Sousa, interpretando a Sinfonia n.º 3 de Beethoven, “Eroica”
No auditório dos Hospitais Universitários de Coimbra atuam no dia 9 compositores e academistas MIMA, num concerto de angariação de fundos para a Associação Portuguesa do Cancro no Cérebro.
No encerramento, no dia 10, Gustavo Gimeno dirige a Orquestra MIMA no Conservatório de Música de Coimbra. Será interpretada a Sinfonia n.º 1 de Brahms e “Hímnica”, de Francesco Coll.
(LUSA)