"Aquilo de que o mundo precisa não é da lei da selva, mas do sucesso mútuo através da cooperação", afirmou Li, numa referência implícita às tensões protecionistas e às medidas lideradas pelos Estados Unidos para reduzir a dependência da China em setores estratégicos.

Li discursava na sessão inaugural da Reunião Anual dos Novos Campeões, conhecida como o "Davos de Verão" e promovida pelo Fórum Económico Mundial, que decorre esta semana em Tianjin, no nordeste da China, e reúne líderes políticos e empresariais de mais de 90 países e regiões.

No seu discurso, o primeiro-ministro chinês alertou para "mudanças profundas" na economia internacional, impulsionadas por tensões geopolíticas, transformação tecnológica e reconfiguração das cadeias de abastecimento globais.

"O mundo não pode voltar a ser um conjunto de ilhas isoladas. Precisamos de mais pontes de cooperação em que todos ganhemos", defendeu.

Num contexto marcado pelo aumento de taxas alfandegárias, restrições ao investimento estrangeiro e apelos à 'dissociação' económica com a China, Li reiterou que o comércio e o investimento globais "não devem ser politizados nem transformados em instrumentos de confronto".

Sublinhou ainda que a China continua comprometida com o diálogo, a integração económica e a promoção de um sistema multilateral aberto.

"A globalização económica não vai parar. Pode passar por altos e baixos, mas continuará a avançar", declarou.

Li destacou também o papel crescente das economias emergentes como "novos motores" do comércio internacional, recordando que representam cerca de 70% da população mundial.

A China vai continuar a abrir-se ao exterior, assegurou Li, prometendo mais cooperação nas áreas da inovação tecnológica e da transição energética e melhoria no ambiente para investidores estrangeiros com regras claras e previsíveis.

A edição deste ano do "Davos de Verão" decorre sob o signo da incerteza geoeconómica e do aumento do protecionismo, colocando a tónica nas oportunidades oferecidas pelo empreendedorismo e pelas novas tecnologias para impulsionar o crescimento e a resiliência económica.

Entre os participantes contam-se os chefes de Governo de países como Equador, Singapura e Vietname.

 

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