
Cabo Verde registou, em 2024, uma taxa de desemprego de 8%, mais baixo desde a conquista da independência, há 50 anos, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, 06 de Junho, realizada com base no Inquérito Multiobjecctivo Contínuo (IMC).
Segundo os dados INE, a população desempregada registou uma diminuição de 20,5% em relação a 2023, descendo de 21.853 para 17.373 indivíduos. Esta redução reflecte-se numa diminuição de 2,3 pontos percentuais na taxa de desemprego, que no ano anterior se situava nos 10,3%.
Para o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, os dados do mercado do trabalho são positivos e demonstram uma tendência de melhoria crescente do emprego, fruto do crescimento económico e do forte investimento em políticas activas de emprego (formação profissional, estágios profissionais e fomento empresarial).
A taxa de desemprego que em 2016 era de 15% baixou para 8% em 2024. A taxa de desemprego jovem que em 2016 era de 41% reduziu para metade (20,1%).
“A continuação e o reforço das políticas e dos investimentos através da extensão da gratuitidade no acesso e frequência à formação profissionais aos jovens cujas famílias estão integradas nos grupos 3 e 4 do Cadastro Social Único e do Banco Jovem & Mulher para o financiamento do empreendedorismo e start-ups, irão ter um impacto positivo na redução do número de jovens que não se encontram a trabalhar, a estudar e a frequentar formação”, disse ainda Ulisses Correia e Silva, citado numa nota publicada no website do Governo cabo-verdiano.
A taxa de subutilização do trabalho (que engloba os desempregados, os subempregados e os inactivos disponíveis para trabalhar) baixou de 33,6% para 28,4%, o que corresponde a uma descida de 5,2 pontos percentuais. Em termos absolutos, a população nesta condição passou de 84.842 para 71.583 pessoas, menos 15,6% num ano.
O mercado de trabalho apresentou melhorias noutros indicadores, sendo que a população empregada aumentou 4,4%, atingindo os 198.914 indivíduos, mais 8.453 do que em 2023. A taxa de emprego também subiu, de 51,8% para 53,6%.
De acordo com o INE, este crescimento é impulsionado, em grande parte, pela maior participação das mulheres: mais 5.144 passaram a integrar a população activa, que totalizou 97.562 mulheres e 118.752 homens em 2024.
Contudo, as faixas etárias com maior integração no mercado de trabalho foram as dos 25 aos 34 anos (69,6%) e dos 35 aos 64 anos (70,1%). Já os jovens entre os 15 e os 24 anos continuam a enfrentar maiores dificuldades de inserção, com uma taxa de emprego de apenas 25,4%.