
O Comité de Basileia para a Supervisão Bancária revelou um novo quadro voluntário destinado à divulgação de riscos financeiros associados às alterações climáticas, que poderá ser adotado pelas jurisdições de forma flexível e faseada.
O fórum mundial para reguladores bancários, composto por reguladores bancários e banqueiros centrais das economias do G20 e de outros países, afirmou que caberia aos reguladores nacionais decidir se exigiriam aos bancos a divulgação de riscos relacionados com o clima, uma proposta que tem estado em discussão há anos e surge na sequência da oposição dos EUA.
“O Comité reconhece que a precisão, consistência e qualidade dos dados relacionados com o clima estão em evolução e, por isso, é necessário incorporar um nível razoável de flexibilidade no quadro final. O Comité reconhece também que podem ser necessárias múltiplas métricas quantitativas e informações qualitativas para formar uma imagem abrangente da exposição dos bancos aos riscos financeiros relacionados com o clima. Os utilizadores devem considerar as divulgações de forma holística, compreendendo os pontos fortes e as deficiências das informações divulgadas”, refere o Comité em comunicado.
O organismo refere ainda que acompanhará os “desenvolvimentos relevantes”, incluindo a implementação de outras estruturas de reporte e práticas de divulgação por bancos com atividade internacional nas jurisdições membros, e considerará se serão necessárias revisões à estrutura no futuro.
Na Europa, entidades como o Banco Central Europeu têm reforçado a gestão dos riscos climáticos como uma prioridade estratégica, promovendo maior integração dos riscos ambientais na supervisão financeira. Já nos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, registou-se um recuo neste domínio. Paralelamente, vários grandes bancos comerciais norte-americanos abandonaram os seus compromissos com metas climáticas.