O número 1 Mundial Jannik Sinner anunciou que voltou a contratar Umberto Ferrara, o preparador físico que dispensou em 2024, após ter sido detetado um teste positivo a clostebol, uma substância proibida, que o levou a estar suspenso por três meses.

No ano passado soube-se que Sinner, 23 anos, testou positivo por duas vezes à substância, mas o italiano não foi suspenso inicialmente, conseguindo apresentar uma explicação para a presença da substância proibida no seu organismo.

Sinner sustentou que se tinha tratado de uma transferência de produto: alegou que Giacomo Naldi, o seu antigo fisioterapeuta, tratou um corte numa mão com um spray recomendado por Umberto Ferrara, que continha clostebol.

Posteriormente, após uma massagem a Sinner, a substância proibida penetrou na pele do quatro vezes vencedor de Grand Slam, resultando num teste positivo para doping. Após a eclosão deste escândalo, o número um do mundo dispensou Ferrara e Naldi.

Após quase um ano, Sinner anunciou que o preparador físico Umberto Ferrara regressará à sua equipa.

«Jannik Sinner recontratou Umberto Ferrara como preparador físico com efeitos imediatos. A decisão foi tomada em comum acordo com a equipa de gestão de Jannik, como parte dos preparativos para os próximos torneios, incluindo o Cincinnati Open e o US Open», diz um comunicado da equipa do italiano.

«Umberto desempenhou um papel importante no desenvolvimento de Jannik até agora e o seu regresso reflete um foco renovado na continuidade e no desempenho ao mais alto nível», refere o documento do recente campeão de Wimbledon.

Explicações de Ferrara: «Usei-o durante anos"

Em abril, numa entrevista à Gazzetta Dello Sport, Umberto Ferrara falou sobre a situação que levou à sua dispensa.

«Era correto esperar pela decisão das autoridades competentes, que não questionam as minhas ações. A minha reputação pessoal e profissional sofreu danos graves. Todos leram artigos ou comentários que expuseram os factos de uma forma que não estava em conformidade com o que foi decidido pelo Tribunal Independente na decisão de 19 de agosto», começou o italiano.

Este afirmou que usou durante anos um spray chamado Trofodermin, para o qual tinha receita médica. «Usei-o durante anos, prescrito por um especialista como medicamento para uma doença crónica. Estava perfeitamente ciente da proibição e sempre o transportei com o maior cuidado, na minha mala. Precisava dele para a minha patologia e para o ter disponível, estando no estrangeiro", declarou Ferrara.

O antigo preparador físico de Matteo Berrettini revelou como Naldi, seu colega, chegou a utilizar o spray que guardava religiosamente:

«Não dei nada a Naldi, sugeri que o usasse porque tinha um corte no dedo que não sarava e que lhe dificultava o trabalho. Fui muito claro ao comunicar a Naldi a natureza do produto e a necessidade de este não entrar em contacto com Jannik de forma alguma. Na verdade, só lhe permiti usá-lo na minha casa de banho pessoal. Naldi não negou ter sido informado, mas disse que já não se lembrava.»

No final, Jannik Sinner não escapou à suspensão, uma vez que a Agência Mundial Antidopagem recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto. Antes do julgamento do caso, o número um do mundo chegou a um acordo com o TAD e aceitou uma suspensão de 3 meses, que terminou no início de maio.

No final de junho, Sinner anunciou o fim da colaboração com o preparador físico Marco Panichi e com o fisioterapeuta Ulises Badio, preparando o terreno para o regresso de Ferrara.