
O presidente da Federação Portuguesa de Rugby (FPR) admitiu esta segunda-feira que perder 106-7 com a Irlanda "não é aceitável", mas vincou que o resultado não compromete o objetivo de "vencer dois jogos" no Mundial da Austrália'2027.
"Evidentemente que o resultado prejudica a imagem da seleção portuguesa. Nenhum de nós pensava que iríamos perder por 100 [99] pontos, não é um resultado aceitável. Mas não vamos 'matar' estes rapazes por causa de um dia mau", desabafou Carlos Amado da Silva, em declarações à agência Lusa.
Portugal perdeu com a Irlanda, no sábado, por 106-7, no Estádio Nacional, resultado que constitui a derrota mais pesada da história da seleção portuguesa.
O líder da FPR assumiu que havia conhecimento dos "riscos" de enfrentar o terceiro classificado do ranking mundial em julho, após uma época desgastante a nível interno e com os jogadores dos campeonatos profissionais franceses acabados de gozar um período de férias obrigatórias.
"Mas ninguém se pode dar ao luxo de recusar um convite para jogar com a Irlanda. Fomos convidados e 'tivemos' de aceitar", destacou Amado da Silva.
Ainda assim, o dirigente mantém a confiança de que "esta equipa tem todo o potencial para fazer um grande Campeonato do Mundo" em 2027.
"Toda a gente pode ter um dia mau, não pode é ser regra. Jogámos mal, foi tudo contra nós, até os ressaltos, mas não posso aceitar que se coloque em causa todo um trabalho que estamos a fazer com consciência de que terá os seus resultados", apontou.
Por isso, Amado da Silva defende que "vale sempre a pena" jogar contra adversários do 'tier 1' mundial, "porque aprende-se sempre", garante que, "se o jogo fosse hoje", Portugal "não perdia por 100" e mantém, sem reservas, o objetivo de "vencer dois jogos" no Mundial Austrália2027.
"Estou convencidíssimo disso, mas sabemos que temos de trabalhar e que estamos a construir uma equipa. O nosso objetivo não é ganhar à Irlanda, é ficar pelo menos em terceiro lugar no Rugby Europe Championship [REC], ganhar jogos em novembro e estarmos preparados em 2027. Não podemos desfocar do que é importante: o Mundial, na Austrália, e desenvolver os clubes em Portugal para melhorar o nível do râguebi nacional", indicou.
Para novembro, Portugal já tem três encontros internacionais previstos na janela de testes oficiais da World Rugby, contra "Uruguai, Estados Unidos e Tonga", adiantou Amado da Silva à agência Lusa.
O dirigente reconheceu, por outro lado, que dentro de alguns meses poderá ser feita uma nova avaliação ao momento dos 'lobos' na caminhada rumo ao Mundial de 2027.
"Neste momento temos uma equipa técnica nova, que se juntou recentemente ao selecionador, Simon Mannix, e que vai ter agora a possibilidade de trabalhar durante alguns meses. Se em novembro [testes internacionais] e, depois, em fevereiro e março [REC] as coisas não correrem bem, vamos ter de chamar à responsabilidade", assumiu.