
Com muitos erros a apontar e a permitirem que o adversário acreditasse e o público entrasse na partida durante um desastroso terceiro quarto, dois dias depois de ter conseguido a sua primeira vitória de sempre frente a Espanha (74-76), Portugal perdeu, esta quinta-feira, o seu segundo encontro no Torneio Internacional de Málaga ante a Espanha B por 64-63 (18-22, 14-24, 19-9, 13-8).
Esta foi igualmente a segunda partida de preparação para o EuroBasket 2025, que começa a 27 de agosto, com Portugal a integrar o Grupo A, sediado em Riga, na Letónia.
Na verdade, o embate vale o que vale nesta fase de início de preparação para a quarta presença da formação das quinas num Campeonato da Europa. Período em que se pretende que comecem a ser estabelecidos sistemas defensivos e ofensivos e passe a existir um melhor conhecimento e entrosamento entre os jogadores. Sobretudo com a presença de Neemias Queta, que há três anos não actuava na Seleção. Mas tudo isso também já o era contra a seleção principal espanhola, portanto, nada se alterou em dois dias.
E o próprio selecionador deixou-o claro nas declarações que fez no final na partida, onde diz que quer perceber uma série de situações. Sobretudo a atitude do grupo na segunda parte. E nessa, há igualmente a perceber porque, depois de ter regressado do balneário a liderar por 14 (32-46), levou tanto tempo para pedir um desconto de tempo, com Portugal a sofrer um parcial de 6-2 (38-48), só marcando o primeiro cesto, através de Neemias Queta (12 pts, 5 res, 3 dsl), passados já 3.30m minutos.
Minuto e meio depois Ricardo Monteiro (5 pts) lá voltou a fazer funcionar o marcador (38-50). mas então foi necessário novo parcial de 9-2 (47-52) para que Gomes parasse o jogo para tentar despertar a equipa e chama-la ao que de melhor sabe sem ser através de substituições.
Nessa altura restavam apenas 2.10m para o final do quarto e o speaker, assim como a recuperação, haviam trazido o público para dentro de campo. Tudo aqueceu ainda mais quando, com um triplo, Ferrando, marcou 7 dos seus 10 pontos no período, lançou mais um parcial de 7-0 (51-52) que lá foi reduzido pelas ações de Anthony da Silva (2 pts, 2 res, 4 ass) — teve de sair de campo ajudado devido a lesão no pé direito — e Rafael Lisboa (11 pts, 3 res, 4 ass) para o 51-55 com que se entrou para o derradeiro quarto.
Quis Mário Gomes ver como a equipa reagia à adversidade e a um mau momento e por isso deixou o tempo correr? Pode ser que sim. E isso também ajuda a preparar um grupo para as dificuldade que os esperam no EuroBasket. Mas pedir desconto de tempo quando as coisas vão verdadeiramente mal também ajuda a crescer. Sobretudo quando não se gosta de perder.
Quanto ao resto do encontro, no qual até então os Linces apenas haviam estado em desvantagem por 4-2 e lideraram em mais do que uma ocasião no segundo período por 14, apesar dos 8 turnovers já registado ao intervalo, para acabar com 20(!), dois triplos para ajudar a um parcial de 7-0 (58-55) recolocaram os donos da casa na frente apesar de um basquetebol sofrível de ambos os lados. A reentrada de Neemias ajudou a intimidar lançamentos na área e que o conjunto nacional ainda voltasse a liderar em duas ocasiões (58-61, 62-63) na procura do seu poste.
Mas, ao escorregar na área restritiva defensiva, Queta acabou por sair magoado do lado direito a 21.9s do apito final. Tal ausência sentiu-se quando Osobor (10 pts, 5 res) corrigiu o lançamento numa entrada de um companheiro para garantir o cesto da vitória através de um afundanço.
Com 21s no cronómetro Mário Gomes pediu timeout para tentar a reviravolta, mas Travante Williams (7 pts, 5 res, 2 ass) não foi bem-sucedido. no lançamento
É normal que a equipa ainda não saiba aproveitar a presença de Neemias na área, sobretudo no ataque, e que o início das jogadas ofensivas esteja a ser demasiado previsível, mas a atuação da Seleção da segunda parte foi demasiado fraca e até individual, com demasiada gente parada enquanto os bases driblavam e driblavam.... Teve más opções de lançamento, alguns que nem no aro bateram, face a uma Espanha B que sentiu no início do segundo tempo que poderia ganhar e fez por isso, lutando mais, ganhando mais ressaltos (44-33) e até impondo-se fisicamente dos dois lados do campo.
Portugal volta a jogar domingo (19h), contra a Argentina, em Madrid.
No segundo encontro do dia, a Espanha bateu a Rep. Checa por 87-73 (17-16, 23-15, 31-28, 16-14), com destaque para Josep Puerto (15 pts, 3 res), Xabi López-Aroestegui (13 pts, 4 res) e Dario Brizuela (11 pts, 2 res) pelos da casa. Jaromir Bohacik (11 pts, 2 res, 2 ass) e Vojtech Hruban (10 pts) foram os melhores marcadores dos checos.